31 de ago. de 2013

O Verdadeiro Final de A Caverna do Dragão


Se não você não sabe o que é o desenho A Caverna do Dragão, quer dizer que você é um astronauta e passou os últimos 30 anos em Marte. Na trama, baseada no famoso livro de RPG Dungeons & Dragons, seis jovens são transportados para um mundo de fantasia onde recebem armas mágicas para lutar contra o vilão Vingador, o dragão de cinco cabeças Tiamat e outros perigos, sob a tutela do Mestre dos Magos, que sempre desaparece sem contar a seus discípulos como encontrar o caminho de casa.

Como o desenho foi cancelado antes do episódio final ser produzido, ficou a impressão de que Hank, o arqueiro, Eric, o cavaleiro, Sheila, a ladra, Presto, o mago, Diana, a acrobata e Bob, o bárbaro nunca voltaram para casa. Isso deu margem para inúmeras teorias sem noção. A mais viajante delas (e tenho certeza de que vocês conhecem) é aquela que sugere que os seis jovens estavam mortos.

Gente, era um cartoon dos anos 1980, a chance dessa teoria ser verdadeira é absolutamente nenhuma, zero, pode esquecer!

O fato é que o roteiro do último episódio chamado Réquiem foi sim escrito, mas nunca foi parar nas telas. A extinta revista Dragão Brasil chegou a publicar esse roteiro adaptado como conto e recentemente Réquiem foi transformado em uma HQ assinada por Michael Reaves (um dos roteiristas do desenho), com arte do brasileiro Reinaldo Rocha.

Essa HQ foi disponibilizada em alguns sites, então se você quer acabar com uma das grandes dúvidas da sua infância, basta clicar no link abaixo. Boa leitura!



24 de ago. de 2013

Chamada para a coletânea A Revolução das Máquinas

A Navras Digital já está com inscrições abertas para a coletânea A Revolução das Máquinas, com organização de Ademir Pascale (O Desejo de Lilith, Diabólica).

Na página da antologia, não há um texto introdutório, apresentando apenas o tema aos autores interessados, deixando bastante espaço para a imaginação. As inscrições vão até 05 de outubro de 2013.


Boas escritas!

17 de ago. de 2013

[Game] Bioshock Infinite

Bioshock Infinite começa com o protagonista Booker DeWitt sendo conduzido de canoa à um farol debaixo de uma forte chuva. Ele tem um revolver, a foto de uma jovem e uma ideia em mente: "Entregue a garota, livre-se da dívida". A garota em questão é Elizabeth, uma jovem misteriosa que possui o poder de abrir portais dimensionais. Ela é mantida cativa sem qualquer contato com o mundo exterior em uma torre na cidade voadora de Columbia. Claro que essa não será uma missão fácil, já que o Songbird, um pássaro de metal gigante vai fazer de tudo para impedir que Elizabeth deixe a cidade.

Apesar de eu curtir jogos de tiro em 3º pessoa, não sou assim tão fã de tiro em primeira pessoa. Mas quando vejo um game com uma premissa tão interessante e um background tão rico, eu simplesmente preciso jogar! Sou o tipo de jogador que valoriza mais uma boa história do que o gameplay (embora eu concorde que uma mecânica de jogo ruim estraga qualquer roteiro).

O jogo é ambientado em 1912 e combina o retrô com elementos steampunk, com uma tecnologia improvável, como cavalos mecânicos. Toda a história gira em torno de Elizabeth: seu poderes, seu passado e o futuro que o líder de Columbia, Comstock planeja para ela. Tão logo chega à cidade, Booker se vê dentro de uma igreja, e de fato, a religião é quem comanda tudo aqui. Comstock é venerado pelos moradores que o chamam de "O Profeta".

Mas nem tudo são flores. Enquanto a elite de Columbia é formada por brancos em sua maioria, os membros do movimento rebelde Vox Populi são quase todos negros, cujos métodos são tão questionáveis quanto os do Profeta. Como dá pra ver, esse é um jogo que não foge de temas complexos.

Outra questão que os poderes de Elizabeth deixam no ar é: "o que você faria se tivesse outra chance? se pudesse viver outras vidas?".


Em Bioshock Infinite, a visão em primeira pessoa não é só um aspecto técnico, é uma escolha artística. A ideia dos produtores da Irrational Games é que você veja tudo com seus próprios olhos. Desde a cena de abertura na canoa até o final do jogo, tudo é visto em primeira pessoa, não há nenhuma cutscene onde Booker seja visto do ponto de vista de um observador "de fora". Você não vai ver os inimigos chegando até que se vire na direção certa. E há muito para ser visto. Columbia é um lugar deslumbrante! Alguns cenários são belíssimos, outros são sombrios, mas todos de um realismo impressionante!


Elizabeth estará ao seu lado durante 99% do tempo, mas você não precisa protegê-la durante as lutas. Ao contrário, ela ajudará jogando munição e itens de cura, o que faz dela uma excelente parceira. Na verdade, desde Ico eu não via um game que investia tanto na relação do jogador com um personagem do jogo.

Em resumo, Bioshock Infinite combina tudo que um grande game deve ter: uma história inteligente, um ótimo gameplay, personagens carismáticos e um cenário espetacular! Sério candidato a jogo do ano!

Plataformas: PS3, PS4, XBox 360, XBox One, PC
Gênero: tiro em primeira pessoa
Lançamento: 2013
Estúdios: Irrational Games, 2K

15 de ago. de 2013

Novo Layout e Nova Fase

Como vocês já devem ter notado, o blog está de cara nova. Tem acontecido muitas coisas e achei que era hora de uma mudança. Quem costuma vir aqui em busca de dicas para escrever roteiros e contos, novas antologias e similares não precisa se preocupar, ainda vamos ter esse tipo de material por aqui.

Mas a partir de agora também quero falar sobre outros assuntos que me atraem como games, cinema, nerdices em geral ou até mesmo qualquer outra ideia aleatória que me passar pela cabeça. Em resumo, o blog vai ganhar um aspecto um pouco mais pessoal.

Espero poder contar com todos vocês nessa nova fase e tomara que gostem do que vem por aí!

PS: Em tempo, o background veio desse site aqui.

10 de ago. de 2013

[Dicas para escrever] Tutoriais de roteiro e desenho no Facebook

Na última postagem, trouxe de volta um link para relembrar da Quadrinize. Esse post tinha dois objetivos: um deles era a questão da nostalgia, o outro era para cobrir a ausência de novas colunas com dicas para os novos quadrinhistas.

Continuando nessa linha, quero mostrar para vocês duas fanpagens do Facebook que trazem um material bem interessante para quem pensa em se aventurar pelo mundo das HQs. Clique nas imagens para acessar.

Script Comic Book Artist / Comic Book Writer

Página com muito material e dicas de roteiro, construção de personagens e etc. Até o meu blog aparece por lá de vez em quando.


Como Fazer 9ª Arte

Fanpage sobre tutorias para desenhistas, com uma quantidade grande de atualizações diárias e o passo-a-passo de uma grande variedade de ilustrações.

13 de jul. de 2013

[Resenha] Filme: Homem de Aço

Em mais um dia no Planeta Diário, Clark Kent lida com seu romance com Lois Lane, que não ata nem desata, quando sua super-audição capta um pedido de socorro. Clark dá uma desculpa esfarrapada e sai para vestir o uniforme azul e voar pela janela. Uma típica história do Superman, certo?

Bom, esqueça! Lex Luthor, identidade secreta, cueca vermelha por cima das calças. Você não vai ver nada disso em Homem de Aço. Talvez na continuação, mas não hoje.

Aqui preciso fazer duas considerações: primeiro, ainda estou mais acostumado a chamar de Super-Homem; segundo, assim, como Homem de Ferro 3, imagino que o Homem de Aço deve dividir os fãs. O que sei é que eu gostei. Gostei muito!

O que temos aqui é um filme difícil de ser definido. Na maior parte do tempo é mais ficção cientifica do que uma história tradicional de super-heróis. Também é a jornada pessoal de um homem em busca de seu lugar no mundo ao mesmo tempo em que conta a saga de um salvador destinado a proteger a humanidade, quase um messias. E quando chega a hora da ação, as lutas ocorrem em uma escala épica, digna de Dragon Ball Z!

Se nos filmes de Christopher Reeve, o Super era a encarnação da bondade e da justiça, aqui temos uma tentativa de humanizar o herói. Ele ainda simboliza a esperança, mas é um símbolo ao nosso alcance: passível de erros, que tem medo de seu destino, mas ainda assim luta pelo que acredita. Em resumo, esse não é o Super-Homem que conhecemos (uma cena em especial, perto do fim, já está deixando os puristas de cabelo em pé).

Não que seja um personagem diferente. A essência é a mesma, foi o mundo que mudou desde os tempos de Reeve, algo que Bryan Singer não percebeu no filme de 2006 com Brandon Routh.

Zack Snyder acerta a mão em sua direção e faz escolhas interessantes na hora de mostrar naves voando pelo céu e nas cenas de ação. O toque de Christopher Nolan se faz sentir na hora de dar um tom mais realista, o que resulta em uma atmosfera parecida com a recente trilogia do Batman. E o roteiro de David S. Goyer é dinâmico e consegue amarrar bem todos os elementos diferentes do filme.

O Homem de Aço não só resgata o Super-Homem nos cinemas, como também conta uma história grandiosa, emocionante e humana. Mais do que recomendado!

5 de jul. de 2013

[Resenha] Crônicas dos Senhores de Castelo: O Poder Verdadeiro, de G. Brasman & G. Norris

Temos visto recentemente um número considerável de bons livros de fantasia nacional, mas quando o assunto é a ficção cientifica nacional, a quantidade de obras cai bastante. Aqui temos um livro que não é propriamente um sci-fi, e sim uma ficção fantástica, mas aponta que o gênero ainda tem salvação no Brasil.

Meu primeiro contato com os Senhores de Castelo foi através da fanfic O Filho do Fim, do meu amigo Victório Anthony. Daí foi um pulo para ler Crônicas dos Senhores de Castelo: O Poder Verdadeiro, primeiro volume da série infanto-juvenil criada por Gustavo Brasman e Gustavo Norris, que apesar dos pseudônimos gringos, são brasucas.

Como disse acima, essa é uma obra de ficção fantástica, ou seja, temos uma alta tecnologia que necessariamente não tem explicação cientifica, como em Star Wars. Na verdade, o mundo dos cavaleiros jedi, com seu mix de magia e tecnologia fantástica parece ter sido uma das inspirações para esse livro. Outra fonte de inspiração parece ser os jogos de RPG, onde um grupo de heróis com poderes e habilidades bem diferentes se lança em uma longa jornada.

Os Senhores de Castelo são uma organização criada para proteger a paz e fazer justiça através do universo, ou melhor dizendo, multiverso. Na história, acompanhamos dois Senhores de Castelo: o pistoleiro Thagir e o “monge” Kullat, que tem como missão escoltar a princesa guerreira Laryssa e seu guarda-costas robô Azio para garantir que um poderoso artefato conhecido como Globo Negro não caia em mãos erradas.

Sendo um livro infanto-juvenil, a narrativa tem um ritmo dinâmico e com uma linguagem bem acessível. A estrutura da trama é linear e os personagens, apesar de arquetípicos, são carismáticos. O interior trás algumas ilustrações dos personagens e cenários, se aproximando um pouco de uma light novel.

De forma resumida, pode-se dizer que a aventura é a própria história. Os heróis escapam de um perigo apenas para cair em outro logo adiante, e vale ressaltar que os desafios são variados e interessantes. Por um lado isso garante um texto rápido e ágil, capaz de atrair algum jovem ainda não acostumado ao hábito da leitura. Por outro, me parece um erro acreditar que esse público não seria capaz de assimilar um cenário mais elaborado ou personagens mais profundos. Aí está Harry Potter que não me deixa mentir.

É aqui que reside o maior pecado do livro: o excesso de simplificação.

Em muitos momentos fala-se sobre um multiverso cheio de planetas e civilizações exóticas, mas toda essa grandiosidade fica de lado, já que praticamente toda a ação se passa no reino de Agas’B. Nem mesmo chegamos a ver como se viaja de um mundo à outro e até a explicação sobre quem são os Senhores de Castelo não aparece dentro do livro, só podendo ser encontrada na orelha da capa. Conhecer o mundo onde a história se passa é boa parte da diversão em uma leitura desse tipo, uma diversão que os autores preferiram resumir a notas de rodapé. Outra questão é o pouco desenvolvimento dos personagens e da forma como se relacionam (ao fim da história não sabemos quase nada sobre Kullat).

No final das contas, colocando acertos e erros na balança, faço uma análise positiva de Crônicas dos Senhores de Castelo: O Poder Verdadeiro. Fica a impressão de que a obra não alcançou todo o seu potencial, mas pode ser uma boa pedida como primeiro livro.

FICHA TÉCNICA
CRÔNICAS DOS SENHORES DE CASTELO: O PODER VERDADEIRO

Autores: Gustavo Brasman e Gustavo Norris.
Lançamento: 2010
Número de páginas: 236
Editora: Verus