Logo depois disso, um amigo me falou sobre o anime Michiko to Hatchin, que serve quase de complemento à questão HQM. A série tem sido muito divulgada como um anime passado no Brasil.
Na verdade, Michiko to Hatchin não se passa realmente em terras brazucas, e sim em um país gênerico, claramente inspirado no Brasil, mas que não é chamado assim.
Dessa forma, a produção justifica um pouco alguns erros culturais, como os textos em portunhol e fusquinhas como viaturas da polícia. A abertura faz referências a favelas e praias, além do tema ser um samba remixado.
Outra curiosidade é que uma das protagonistas atende pelo singêlo nome de Michiko Malandro (será uma parente distante de Sérgio Mallandro?).
A essa altura você pode estar se perguntando: o que tudo isso tem a ver com a editora HQM?
Bom, eu (e muitos outros) critiquei a editora por publicar material nacional no sentido oriental da leitura, da direita para a esquerda, em uma tentativa de se assemelhar ao máximo possível com um mangá made in Japan.
Enquanto isso, Michiko to Hatchin, embora ambientado nesse Brasil esquisito, se mantém fiel à suas origens, com uma narrativa e uma linguagem próprias dos animes, mantendo assim sua própria identidade cultural e personalidade, valores que a HQM abriu mão.