31 de jan. de 2015

[Resenha] A Fúria do Assassino, de Robin Hobb

Terceiro (e último) volume da Saga do Assassino (The Farseer Trilogy), A Fúria do Assassino fecha a série criada pela autora Robin Hobb (Margaret Astrid Lindholm Ogden), iniciada em O Aprendiz de Assassino e que teve continuação em O Assassino do Rei. Essa resenha contém spoilers dos volumes anteriores, mas não deste.

A Fúria do Assassino começa pouco depois do desfecho de O Assassino do Rei: a busca de Veracidade pelos Antigos deu início a uma luta desesperada de FitzCavalaria para impedir a ascensão de Majestoso ao trono, mas ele acaba sofrendo uma derrota que lhe custa tudo, inclusive a vida.

Vamos reencontrar Fitz após seu milagroso retorno da morte como um homem sombrio e amargurado, assombrado pelas consequências de seu fracasso e tendo de se esconder daqueles que ama. Ao mesmo tempo, o caos toma conta dos Seis Ducados. Enquanto os Navios Vermelhos dão início a uma invasão total, Fitz e Olhos-de-Noite partem numa viagem com dois objetivos: assassinar Majestoso e encontrar Veracidade, onde quer que esteja.

E assim, chegamos ao final da saga de FitzCavalaria Visionário. Quem já leu algumas séries literárias sabe que o encerramento costuma ser um momento delicado e este livro não é uma exceção à regra. A Fúria do Assassino difere dos volumes anteriores em vários aspectos, sendo o mais fantasioso em uma série que se caracterizou por manter o pé no chão. Felizmente, essa transição de atmosfera é feita de forma bastante competente pela autora, sem atrapalhar a experiência.

As intrigas de poder e a Torre do Cervo (onde a maior parte da história havia se passado até então) saem de cena para dar lugar a um dos elementos mais tradicionais da literatura de fantasia: a jornada. A longa viagem de FitzCavalaria nos permite ver como a invasão e a sucessão de poder afetaram a gente comum dos Seis Ducados. Naturalmente, essa mudança de foco trouxe uma dúzia de personagens novos, enquanto velhos conhecidos ficaram de lado: Moli, Bronco, Breu e Paciência pouco aparecem.

Dos novos rostos, os maiores destaques são Panela, uma mulher idosa e cheia de segredos; e Esporana, uma jovem e bela menestrel errante que se tornou uma das minhas personagens favoritas de toda a série.

Se por um lado, tantas mudanças expandem a ambientação de uma forma bem vinda, durante a primeira metade do livro fiquei sempre com a sensação de estar lendo outra coisa e não a Saga do Assassino. Porém, soa mais como um conto de FitzCavalaria a partir do retorno de Bobo e também de Kettricken, que mais uma vez, prova ser uma das melhores personagens femininas da literatura fantástica.

Mas se há algo que me incomodou foi o fato de Rosamaria ter desaparecido da história. No começo do volume, Fitz reafirma suas suspeitas de que ela seja uma espiã e assassina; essa dúvida, porém, nunca é comprovada, nem desmentida já que Rosamaria sequer volta a ser citada, ficando a impressão que a autora simplesmente a esqueceu. Isso não chega a prejudicar a leitura, mas ainda assim, é um ponto negativo.

Os capítulos finais do livro levam a reflexões muito interessantes sobre a natureza das relações humanas e o clímax ganha um tom épico que eu jamais teria esperado.

Apesar da mudança de ambientação causar estranheza no início, A Fúria do Assassino fecha com chave de ouro essa excelente série! Mais que recomendado!

A FÚRIA DO ASSASSINO
Autora: Robin Hobb
Páginas: 832
Lançamento: 1998 (no Brasil, 2014)
Editora: LeYa

17 de jan. de 2015

[Conto] A Marca do Escorpião

Fonte da imagem: http://goo.gl/Pd8OTi
Todos ficaram calados, ouvindo os corvos crocitarem. As aves banqueteavam-se de uma vintena de viajantes mortos. O sangue escorria ainda fresco, tingindo o solo desértico de vermelho; uma indicação de que o massacre fora recente.

A brisa constante lambia a pele queimada de Sol de Al Jaber, emaranhando grãos de areia em sua barba e agitando levemente sua cafia, o pano preso à cabeça por uma fita; o que ele usava exibia estampas quadriculadas e era marrom claro, a mesma cor do abeie, a capa que trazia sobre a túnica branca.

— Que horror! — a voz de Jade tremeu. O xador púrpura que vestia lhe cobria o corpo e o rosto, deixando apenas a testa e os olhos de cílios longos à mostra. Olhos que procuraram os de Al Jaber com uma expressão aflita.

10 de jan. de 2015

Serpente de Fogo: Ascenção #01 de 03

Hoje trago a vocês o lançamento de Serpente de Fogo: Ascenção, minissérie em três partes que traz um final alternativo para três personagens de Serpente de Fogo. Clique na capa para saber mais.


3 de jan. de 2015

Chamada para a antologia Maravilhosas Distopias

A editora Novo Romance está com inscrições abertas para a antologia Maravilhosas Distopias, organizada por Mauricio Coelho. Os interessados em participar, devem também preencher uma ficha de inscrição que pode ser acessada clicando aqui e enviá-la juntamente com o texto e uma minibiografia para o e-mail antalogiasednovoromance@gmail.com com cópia para moccoelho@gmail.com

Zygmunt Bauman já prevê o fim da democracia, mas não consegue dizer de que forma. O mundo já não aguenta tanta desigualdade. Este famoso sociólogo polonês, vai contra as palavras da ficção cientifica que enxergam um futuro nebuloso, encoberto por brumas de mil megatons, repleto da mais intensa desigualdade e realidades múltiplas; um mundo que cada vez mais caminha para as profundezas, rumo às distopias de Aldous Huxley e George Orwell.

Os contos reunidos nessa antologia procuram demonstrar o que está por trás dessa cortina nebulosa que só autores de ficção científica conseguem ver: futuros nada agradáveis numa realidade muito próxima do que antes chamavam de distopia.

A data limite de envio é 31 de março.