26 de nov. de 2009

Sobre o Mercado e Outras Coisas...


Pedi ao meu amigo J. R. Pereira que falasse um pouco sobre o mercado de HQs e as aberturas para novos autores.

Ele é um veterano dos quadrinhos, trabalhou, inclusive na versão brazuca do Megaman. Atualmente está desenvolvendo o livro Mil Nomes.

No final do texto tem dois links pra quem se interessar.


J. R. Pereira: Quadrinhos sempre foram uma diversão simples, barata e de consumo rápido.

Porém, hoje você tem uma conjuntura editorial que não permite
trabalhar nos moldes dos quadrinhos que estamos acostumados.
Um gibi da Mônica, por exemplo, é comercialmente impraticável para
quem não dispõem de uma estrutura econômica imensa. Pois é dessa
estrutura que vem o capital para o gerenciamento do gibi. Pois se ele
fracassar nas vendas, a estrutura o sustenta e fica até parecendo que
ele vende... Mas não vende.

Por isso, o autor que se diz "independente" (o que, aliás, é um termo
infeliz pois não existe autor de HQ independente pois ele depende das
vendas para se sustentar e no ponto de vista ideológico ele não
apresenta ideal contrário ao sistema) não consegue sustentar mais do
que uma ou duas edições de quadrinhos... Por ano! (exemplo?
Penitente).
Isso quando muito porque o normal é fazer HQ trienal, quadrianual ou
"de-vez-em-quando-al". (Velta)

Mas há alternativas.
O autor pode colocar seus quadrinhos na Internet e ir trabalhando
devagar, com calma e aos poucos, agradando os leitores, recebendo por
pay-per-click ou vendendo produtos derivativos de sua criação:
camisetas, canetas, canecas, adesivos, etc.

Mesmo as edições caseiras podem ser uma alternativa desde que ele
mantenha uma periodicidade constante com seu webcomic e venda
ilustrações e produtos derivativos de seus personagens.

Demanda um investimento pequeno mas é um trabalho absurdo de
monstruoso e o nosso autor é, além de preguiçoso, muito atrelado às
idéias antigas de que ele só será reconhecido e valorizado se
trabalhar para uma grande editora.
É uma visão terceiro-mundista absurda e canhestra mas está aí, sendo
seguida por quase todos.

No meu caso, optei pelo meio-termo: não me é complicado fazer
quadrinhos. Mas a mídia HQ é pequena para comportar tudo o que quero
dizer.
Assim, optei por viabilizar meus livros mas colocando páginas de
quadrinhos no meio.
Não é uma idéia nova: Millor Fernandes, o saudoso Leon Eliachar e meu
querido Aparício Torelli já haviam lançado livros com HQs misturadas
ao texto.

Porém, a minha HQ é parte integrante e complementativa da história.
Ela acrescenta elementos importantes à narrativa mas sem perder o foco
da premissa do texto.

Então o importante é tentar READAPTAR as HQs para os formatos que
estão funcionando.
No meu caso são os livros.
E não simplesmente insistir em formatos que são economica e
editorialmente inviáveis, que vão na contra-mão das exigências de
nosso mercado.

Acredito piamente que o gibi a 4 cores, 26 páginas, formato americano,
poucos quadrinhos por página e um fiapo de história é uma ofensa à
inteligência do leitor.
Por isso a HQ precisa reaprender a andar por conta própria e não se
deve insistir em formatos falidos e fracassados.

São os novos tempos.

Sacou?

www.japanfury.com
www.milnomes.com

14 de nov. de 2009

A História dos Mangás Brasileiros


Frase inédita: Recordar é viver! Brincadeiras à parte, me passaram um link para uma página do site Kotatsu que trás um apanhado geral dos mangás publicados e produzidos por brasileiros.


Desde títulos do saudoso Cláudio Seto em 1965 até chegar em Turma da Mônica Jovem e Hensel & Gretel, passando por Megaman e Holy Avenger.

Uma ótima oportunidade para relembrar uma parte importante dos quadrinhos no Brasil.