Tudo culpa de Joseph Campbell. Especialista em folclore, mitologias e religiões, Campbell compreendeu que a maioria dos mitos e lendas mais populares compartilhavam diversos elementos entre si. Em 1989, ele compilou seus estudos na forma do livro O Herói de Mil Faces, e no ano seguinte lançou O Poder do Mito.
Nesses livros, Campbell organiza os elementos mais comuns às narrativas épicas na forma de doze etapas, as quais chamou de A Jornada do Herói. De lá para cá, estudar essa jornada passou a ser "obrigatório" para todos os autores de ficção. Aos mesmo tempo em que muitos (inclusive eu) veem a Jornada do Herói como uma valiosa ferramenta, não falta quem torça o nariz, considerando-a ultrapassada e repetitiva.
Abaixo estão as doze etapas da Jornada do Herói e uma breve análise sobre como ela foi utilizada em duas obras bastante populares: Matrix e Jogos Vorazes. Leia, por sua conta e risco, e tire suas próprias conclusões (para quem leu o meu Arcanista fica o desafio: conseguem apontar como cada etapa está presente no livro?).
Uma última coisa antes de começar. Ao contrário do que os críticos da Jornada - e escritores preguiçosos - possam pensar, não se trata de uma fórmula mágica, que deva ser seguida à risca. Observando obras que utilizam a Jornada do Herói não é difícil encontrar etapas sendo subvertidas ou até revertidas, e nem sempre os passos vem na "ordem certa".