28 de mar. de 2016

[Resenha] La Corte de Los Espejos, de Concepción Perea

La Corte de Los Espejos foi lançado em 2013 e desde então eu esperava pela chance de ler essa obra. A razão dessa espera é a pouca difusão do livro. Em primeiro lugar, trata-se de um título inédito no Brasil e em segundo, mesmo na Amazon, só é possível encontra-lo em espanhol, seu idioma original. Agora, com o meu curso de espanhol chegando ao fim, me senti confiante o bastante para encarar uma leitura nessa língua.

A obra de Concepción Perea é uma história dark fantasy, ou fantasia sombria. Nesse subgênero, também se encaixam As Crônicas de Gelo & Fogo e A Saga do Bruxo (mais conhecida no mundo dos games como The Witcher). Assim como nas obras de fantasia clássicas, La Corte de Los Espejos se passa num mundo cheio de magia e raças exóticas. Nesse caso, inspirado nas lendas celtas. No entanto, a narrativa apresenta um clima mais adulto, onde intrigas de poder são tão letais quanto um duelo de espadas.

A trama tem início anos após uma grande guerra e, ainda que sejam tempos de paz, algumas velhas feridas permanecem abertas. Tudo começa a mudar quando um misterioso assassinato dispara uma série de eventos envolvendo todas as esferas: desde os elfos da nobreza à centauros selvagens, de uma montanha governada por goblins escravagistas ao bordel de luxo de um charmoso sátiro.

A personagem mais memorável do livro é Nicasia, uma mestiça meio-goblin/meio-nocker, dona de um temperamento explosivo, mas que também possui um grande senso de justiça e é extremamente habilidosa na construção de máquinas e marionetes mágicas. A outra figura central é o gato Dujal, um conquistador bon vivant que passa por uma interessante jornada de amadurecimento. Apesar de serem rivais, Nicasia e Dujal são ligados por uma figura em comum de seu passado e decidem unir forças na tarefa de descobrir quem está tentando perturbar a paz na corte.

Em termos de tamanho, La Corte de Los Espejos é um calhamaço de quase 700 páginas. O livro não tem pressa na hora de mergulhar na mente de seus personagens ou quando o assunto é apresentar o mundo mágico de TerraLinde. Ainda assim, a narrativa é bastante envolvente e os personagens tem muito carisma. Altamente recomendado para quem não tem problema com a língua espanhola. E fica a torcida para que chegue logo ao Brasil.

Autora: Concepción Perea
Páginas: 672
Editora: Fantascy
Ano: 2013

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21 de mar. de 2016

[Tem na Netflix] From Dusk Till Dawn


Adaptação do clássico cult dos anos 1990, From Dusk Till Dawn - The Series (ou Um Drink no Inferno - A Série) é um bom exemplo de fantasia urbana. Vampiros, rituais misticos e profecias convivem lado a lado com armas de fogo, smart phones e muscle cars. Co-produção do canal El Rey em parceria com a Netflix, a série conta atualmente com duas temporadas e foi renovada para a terceira.

A primeira temporada faz uma releitura do filme que lhe inspirou. Na trama, Seth e Richie Gecko são renomados ladrões de banco à caminho de um bar no meio do deserto, onde esperam fazer a maior jogada de suas vidas. Para despistar as autoridades, sequestram um trailer e tomam como reféns um sacerdote aposentado e seus filhos adolescentes, Kate e Scott. No caminho, Richie é assaltado por visões da sedutora Santanico Pandemonium.

Para mim, o grande destaque desse primeiro ano é Robert Patrick (o eterno T-1000). Acostumado a fazer papel de caras durões, Patrick surpreende ao exercitar sua veia dramática como o ex-reverendo Jacob.

Na segunda temporada, vemos uma história inédita que expande o universo de forma fascinante, apresentando muito mais mitologia. A série foi concluída na terceira temporada e todas estão disponíveis na Netflix.

Um ponto interessante é que os vampiros que vemos aqui não são ligados à morcegos, mas sim, à cobras e são chamados de culebras. Sob a batuta de Robert Rodriguez, a série traz tudo que se espera ver numa obra assinada por ele: diálogos verborrágicos, violência visceral, mulheres sensuais e homens usando chapéu.

2 de mar. de 2016

[Resenha] A Cruzada Secreta, de Oliver Bowden

Para quem não conhece, Assassin's Creed fala sobre o embate de duas sociedades secretas. De um lado, temos os Assassinos e sua luta por liberdade, do outro lado estão os Templários que buscam controle. Essa rixa é quase tão antiga quanto a humanidade e as facções já utilizaram vários nomes diferentes. O confronto ainda prossegue nos dias atuais, com predominância dos Templários, que comandam algumas das maiores corporações do mundo.

Um dos grandes atrativos da franquia é misturar fatos e personagens históricos com ficção. A trama de A Cruzada Secreta se passa durante o auge das famosas Cruzadas. Tudo começa quando um grupo de Assassinos, liderados por Altaïr Ibn'la Ahad, tenta impedir que seus inimigos Templários coloquem as mãos na Maçã do Éden, o artefato místico mais poderoso do mundo. A missão acaba sendo um verdadeiro desastre, lançando Altaïr em uma longa jornada de redenção, ao mesmo tempo em que precisa impedir que os Templários utilizem a Maçã do Éden e lutar contra inimigos escondidos dentro da própria Ordem dos Assassinos.

A Cruzada Secreta é o terceiro volume da série Assassin's Creed, mas se passa cronologicamente antes dos dois primeiros. Para quem quiser acompanhar a saga dos Assassinos, recomendo que comece por aqui, assim tudo fará mais sentido quando ler Renascença e Irmandade, principalmente se você não conhece os jogos.

O livro apresenta altos e baixos. A narrativa tem um bom ritmo, a trama é bastante interessante e certamente a Ordem dos Assassinos e sua mitologia são cativantes. Por outro lado, os personagens carecem de profundidade, a relação de Altaïr e Maria não me convenceu em momento algum. E cenários históricos tão fascinantes pediam uma ambientação mais rica.

Em última análise, A Cruzada Secreta tem lá seus pontos negativos, mas não deixa de ser uma leitura divertida.

Autor: Oliver Bowden
Páginas: 336
Editora: Galera Record
Ano: 2012

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