23 de jan. de 2017

[Resenha] Segunda Chance, de Kamila Villareal

Bom, acho que não é novidade para nenhum leitor desse blog que meu tipo de leitura favorito é a literatura fantástica. Mas como autor, gosto de buscar referências em outros gêneros de vez em quando. É o caso de Segunda Chance, de Kamila Villareal, do blog parceiro Resenha e Outras Coisas.

O livro narra o romance da jornalista Diana Ferreira e do engenheiro sueco Mikael Karlström, que acabou de se mudar para o Brasil. Ele viúvo, ela ainda com a lembrança de uma relação abusiva. A princípio, os dois tem pouco contato, mas um incidente envolvendo a filha de Mikael leva a uma aproximação que incomoda as famílias de ambos.

Segunda Chance é um slice of life que conta uma história de romance mais pé no chão, sem lirismo e alegorias, mas ainda sim conseguindo-se manter como um livro leve e agradável.

A narrativa é bastante fluída e ágil e a autora descreve os acontecimentos com muito dinamismo. Embora o foco seja no relacionamento entre Diana e Mikael, há outros temas mais pesados como violência doméstica, a perda de entes queridos e até estupro, porém tudo é mostrado sem carregar no drama.

Isso mantém a leveza da leitura, mas também acaba tratando essas questões de forma superficial. Eu realmente gostaria de ter visto uma abordagem mais aprofundada de como tais experiências influenciam os personagens, principalmente Marie, que passa por um evento traumático logo nas primeiras páginas e o supera com relativa facilidade.

No entanto, essa é uma visão pessoal minha, e não é nenhum demérito para o livro, dentro da sua proposta.

Outro ponto a ser destacado é o tamanho pequeno. Com apenas 217 páginas, Segunda Chance oferece uma leitura rápida e direta, sendo uma boa pedida para quem busca um livro dinâmico e agradável.

Segunda Chance está disponível na Amazon.

Autora: Kamila Villareal
Páginas: 217
Ano: 2016
Editora: Independente

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16 de jan. de 2017

[Filme] Assassin's Creed


Como água e óleo, games e cinema teimam em não se misturar. A lista de adaptações de jogos para a telona é mais extensa do que parece e há mais para se lamentar do que comemorar.

Temos grandes produções que renderam filmes fracos, como Doom e Mortal Kombat; produções menores pra lá de duvidosas como The King of Fighters, Tekken e Dead or Alive; e obras imperdoáveis como Street Fighter e Super Mario Bros.

Mas existem sim, bons longas, e estes se dividem em duas categorias. Final Fantasy VII: Advent Children, Need for Speed e Warcraft tiveram seu foco nos fãs, enquanto Resident Evil e Tomb Raider optaram por jogar fora todo o material original e criar algo novo do zero.

Assassin's Creed é uma produção que busca ficar num meio termo entre essas duas abordagens, tentando ser um filme voltado para o grande público, mas respeitando suas origens. Como gamer e fã da franquia eletrônica, acredito que tenham sido bem sucedidos.

A trama acompanha a saga de Callum Lynch, um criminoso levado contra sua vontade para as instalações da Abstergo, uma organização que pretende investigar a memória genética guardada em seu DNA. A intenção é acessar informações sobre a vida de Aguilar, um antepassado de Callum que viveu durante a Inquisição Espanhola.

Apesar da premissa ser bastante semelhante aos games, o filme segue um caminho distinto, focando a história no presente (ainda que o passado tenha sua própria trama). O roteiro acerta ao não tentar comprimir a complexa mitologia dos Assassinos, focando apenas nos elementos necessários para compreender as jornadas de Callum e também de Aguilar.

O diretor Justin Kurzel encontra ótimas soluções para compensar o orçamento limitado e consegue criar uma identidade visual própria. É nas cenas de ação que as referências ficam óbvias, recriando com perfeição as acrobacias mirabolantes vistas nos jogos.

Ao mesmo tempo em que é um projeto ambicioso, Assassin's Creed funciona como uma boa diversão descompromissada. Acredito que deve agradar tanto aos gamers quanto o grande público e até consigo ver um paralelo entre esse filme e o X-Men de 2001, que abriu as portas para a invasão dos super-heróis no cinema.

8 de jan. de 2017

Melhores de 2016

Por causa de um fim de ano bem agitado, acabei atrasando um pouco com a lista dessa vez, mas aqui está um pouco do que mais curti em 2016.

Leia as listas de anos anteriores

LIVRO: Deuses & Feras, de Fabio Brust



Em 2016, minha leitura favorita foi um livro nacional independente. Deuses & Feras se passa num futuro distópico, onde uma rede social criada pelo governo controla cada passo dos cidadãos: ocupação, amigos, inimigos e até amores. Nesse cenário, o ladrão Harlan Montag recebe a missão de roubar um item de Kali Assange, uma assassina profissional que também foi designada como seu par romântico (leia a resenha completa).

FILME PIPOCA: Rogue One


Com o poder do Império Galáctico no auge, uma equipe de foras-da-lei se lança em uma missão quase impossível e parte para roubar as plantas da Estrela da Morte. Rogue One inaugurou uma nova Era para a franquia Star Wars. O primeiro spin-off do cinema mostrou o quanto esse universo é vasto e cheio de histórias para contar.

FILME ALTERNATIVO: Baahubali - O Início


Numa vila na Índia, o destemido Shivudu passou toda sua vida sem imaginar que as montanhas próximas escondiam reinos inteiros, onde batalhas épicas são travadas. Épico bollywoodiano, esse é filme é o primeiro de uma duologia. Trata-se de um longa bastante divertido, tanto pela aventura e pelo clima camp, quanto pelo visual de tirar o fôlego.

COMICS: The Flintstones


Parte de uma nova linha de revistas dos personagens Hanna Barbera, a nova HQ dos Flintstones veio com a proposta de renovar Fred & Cia, mas mantendo-se fiel ao espirito original. Mesmo sendo uma missão difícil, a equipe criativa tirou a tarefa de letra e nos trouxe um título divertido e recheado de críticas sociais, mas também com muito humor inteligente pra lá de ácido.

ANIME: Assassination Classroom


Temos um bicampeão nessa categoria. Em seu segundo ano, Assassination Classroom trouxe a conclusão da saga da classe 3-E, uma sala cheia de alunos perdedores que se veem incumbidos de matar seu professor, o excêntrico Koro-Sensei. Com uma mescla perfeita de humor sem noção e cenas para serem vistas com uma caixa de lenços à mão, a série se despede com chave de ouro (leia a resenha da primeira temporada).

SERIADO: Stranger Things


Ambientada nos anos 1980, a série gira em torno de Will Byers, um menino que desapareceu sem deixar rastro. Enquanto buscam por ele, seus amigos encontram uma menina dotada de poderes psíquicos que se apresenta como Eleven (Onze). Emulando as aventuras oitentistas, Stranger Things chegou desacreditada à Netflix, mas rapidamente se tornou um verdadeiro fenômeno da cultura pop.

GAME: Dragon Age Inquisition


Primeiramente, quero dizer que não tive a chance de jogar o grande lançamento de 2016, FF XV, então vou falar da melhor experiência que tive como gamer nesse ano: o excelente Dragon Age Inquisition. Ambientado num mundo que mistura a intriga política de Game of Thrones com a fantasia de Senhor dos Anéis, o jogo traz um sistema de escolhas bastante refinado, permitindo que você crie seu/sua protagonista e escolha qual vai ser o caminho, mas sem perder a força da narrativa. Destaque para os menus e legendas em português.