26 de out. de 2014

[Resenha] O Assassino do Rei, de Robin Hobb

O Assassino do Rei é o segundo volume da Saga do Assassino, série de fantasia da autora Robin Hobb (pseudônimo da escritora americana Margaret Astrid Lindholm Ogden), que começou em O Aprendiz de Assassino e conta a dura jornada do jovem FitzCavalaria Visionário. Filho bastardo do finado Príncipe Cavalaria, Fitz foi treinado para se tornar um assassino furtivo.  Durante o casamento de seu tio, o Príncipe Herdeiro Veracidade, frustra os planos que seu outro tio, o Príncipe Majestoso, armou para matar o irmão mais velho e se tornar o sucessor do rei. Porém, essa vitória custou a saúde de Fitz.

O Assassino do Rei começa exatamente onde O Aprendiz de Assassino terminou. Ainda se recuperando dos incidentes ocorridos durante o casamento de Veracidade e Kettricken, FitzCavalaria retorna à Torre do Cervo na companhia de Bronco. Apesar da aparente paz no castelo, os ataques dos Navios Vermelhos crescem em quantidade e violência. Enquanto isso, Fitz já não tem certeza se pode confiar no Rei Sagaz e sabe que é questão de tempo para Majestoso fazer uma nova tentativa de tomar o poder.

A narrativa de Robin Hobb continua bela e cheia de alegorias envolventes. O leitor que estiver acostumado demais à literatura contemporânea pode estranhar o ritmo lento que encontramos aqui, até mais lento do que no primeiro volume, já que esse livro tem quase o dobro de páginas de seu antecessor. Embora haja uma quantidade maior de batalhas e confrontos mais próximos com os Navios Vermelhos, a trama se foca mais nas intrigas da corte e no jogo de poder.

Se antes, Fitz era visto como um pária e só conseguia se provar através de ações marginais, como a Manha e as missões de assassinato, agora o vemos um pouco mais maduro e diante de uma questão presente na vida de todos os jovens adultos: encontrar seu lugar no mundo. Visto cada vez mais como um membro da nobreza, o rapaz está dividido entre ser um bastardo ou um príncipe… ou um lobo.

Assim como no primeiro volume, temos um animal ocupando um papel importante na trama. Desta vez, é Olhos-de-Noite (inicialmente chamado de Lobito), um lobo que sempre tenta convencer Fitz a acompanhá-lo em suas caçadas. Uma interessante metáfora sobre o desejo de liberdade confrontado pelas responsabilidades da vida adulta.

Já no prólogo, o livro começa com Fitz meditando sobre como até então esteve cercado de companhias masculinas, o que já indica que neste volume as mulheres estarão muito mais presentes na vida do rapaz e em vários papéis diferentes: interesses amorosos, cúmplices, figuras maternas e até mesmo inimigas mortais. E quem mais se destaca é Kettricken. Após termos apenas um vislumbre dela em O Aprendiz de Assassino, agora a vemos como uma rainha estrangeira, que tenta se estabelecer em uma corte que a vê como estranha ao mesmo tempo em que se esforça para que o casamento dê certo. Objetivos que ela alcança de forma maravilhosa!

O grande ponto fraco de O Assassino do Rei reside na relação de Fitz e Moli. Aqui, o flerte adolescente evolui para um tórrido romance, porém, pontuado por um excesso de elementos de novela, como o vai-e-vem interminável ou discussões causadas por mal-entendidos.

A própria Moli é o maior senão do livro. Agora uma aia da Dama Paciência, ela se tornou uma moça muito, mas muito chata, que só sabe reclamar de tudo e pouco lembra a menina independente e cheia de atitude do livro anterior (e que era uma das minhas personagens favoritas, mas durante essa leitura, me peguei torcendo para que Fitz a deixasse para ficar com Celeridade).

No entanto, apesar de alguns defeitos, O Assassino do Rei é uma ótima continuação! Não acredito que funcione como uma leitura isolada, mas para quem leu O Aprendiz de Assassino, vale muito a pena. Recomendado!

A saga de FitzCavalaria conclui em A Fúria do Assassino

O ASSASSINO DO REI
Autora: Robin Hobb
Páginas: 736
Lançamento: 1997 (no Brasil, 2014)
Editora: LeYa

3 de out. de 2014

Top 5 - Casais Homossexuais

De uns tempos para cá, temos visto um aumento no número de declarações homofóbicas por parte de lideranças políticas e religiosas, o que (somado aos recentes casos de racismo no futebol) mostra que a sociedade brasileira não está tão livre de preconceitos quanto se acreditava.

Na cultura pop, por outro lado, os relacionamentos homossexuais são cada vez mais comuns e os casais, cada vez mais legais. Para esse Top 5, eu usei dois critérios. Como sempre, o primeiro e mais importante, é o meu próprio gosto pessoal; o segundo critério, foi deixar de fora os bromances e as grandes amizades que despertam dúvidas. Tem que realmente existir um romance entre os personagens.

5 - Renly & Loras (Game of Thrones)



Renly Baratheon é o irmão caçula do rei Robert. Com o desenrolar das guerras pelo trono dos Sete Reinos, Renly forja uma aliança com a poderosa Casa Tyrell ao tomar como esposa Margaery Tyrell, irmã de Sor Loras, um dos melhores espadachins do mundo e amante de Renly de longa data. Uma relação que ambos precisam esconder, já que o homossexualismo é considerado pecado em Westeros, ainda sim, comentários ocasionais dão a impressão que esse romance pode não ser tão secreto como eles pensam.

4 - Subaru & Seishirou (Tokyo Babylon/X-1999)



Herdeiro do clã Sumeragi, o tímido Subaru torna-se uma espécie de mago exorcista ainda muito jovem. Ele vive com a irmã gêmea Hokuto e, em suas missões, costuma receber a ajuda de Seishirou Sakurazuka, um veterinário que também possui talentos mágicos. Quando Seishirou perde a visão do olho direito para salvar Subaru, o rapaz percebe seus verdadeiros sentimentos por ele, mas Seishirou não tarda a revelar seu lado sombrio. Os dois se encontram anos mais tarde como inimigos e a relação termina de forma trágica.

3 - Haruka & Yuu (Sakura Trick)



Em seu primeiro dia como colegiais, as amigas Haruka Takayama e Yuu Sonoda querem reforçar o laço que as une, fazendo algo em segredo que apenas elas saberiam. As duas decidem se beijar, mas esse beijo faz despertar um sentimento que, até então, ambas desconheciam. A partir daí, elas vão descobrindo amor à medida em  que a relação se torna mais forte. Além de se esconder de Mituski, a ciumenta irmã mais velha de Yuu, as namoradas quase sempre se vêem em situações inusitadas, muitas delas causadas pela ingenuidade de Haruka.

2 - Dani & Finch (Witchblade/Artifacts)



Apesar de ganhar a vida como professora de dança, Danielle Baptiste também já foi usuária da manopla mística Witchblade. Dani acaba se envolvendo com os problemas de uma de suas alunas, a bissexual Finch, cujo namorado está tentando obrigá-la a trabalhar num bordel para pagar as próprias dívidas. Quando Finch se vê livre graças a Dani, se apaixona por ela. Eventualmente, Dani perde a posse da Witchblade, mas recebe os poderes de Angelus, a entidade guardiã da magia da luz. Depois disso, ela decide se mudar para Nova Orleans, Finch a acompanha e o relacionamento das duas, enfim, se desenrola.

1 - Kieren & Simon (In The Flesh)



Após a humanidade sobreviver a um apocalipse-zumbi, os mortos-vivos "sobreviventes" agora passam por um tratamento para serem reintegrados a sociedade. É caso de Kieren Walker, um zumbi homossexual que tenta levar a vida na pequena cidade de Roarton. Mas essa é uma convivência cercada de preconceitos. É nesse contexto que ele conhece Simon Monroe, um zumbi defensor dos direitos de sua raça. Simon também é seguidor do misterioso Profeta e tem a missão secreta de encontrar o primeiro morto-vivo, que ele acredita ser Kieren. A proximidade e o fascínio de Simon por Kieren faz surgir um romance entre eles.