25 de jan. de 2014

Dica de Leitura: Turma da Tribo

Hoje quero compartilhar com vocês o lançamento de uma HQ muito legal: Turma da Tribo, com roteiro de Gian Danton e arte de Ricardo Manhães.

A revista traz as aventuras de Poti, um indiozinho esperto e corajoso que vive na aldeia da tribo Cunani com seus amigos, o forte Toró, o inventivo Baquara e Apoema, que é dotado de uma visão extraordinária. Também somos apresentados de forma rápida a outros moradores da tribo como o chefe Abaeté, o bebê Chuá-Chuá e Jaciara, possível namorada de Poti. Porém, nem tudo é festa na aldeia, já que o ganancioso Doutor Malino pretende derrubar as árvores da floresta para vender a madeira. Felizmente, Poti e seus amigos estão prontos para acabar com os planos do vilão.

Esse primeiro número funciona como um capítulo-piloto, dando o tom da história. O roteiro de Gian Danton tem uma linguagem própria, que a distância de outros quadrinhos infantis nas bancas, ou seja, é bem diferente do Papa-Capim, da Turma da Mônica. Na contracapa da revista, o artista Ricardo Manhães fala de sua admiração por alguns dos grandes mestres europeus e, de fato, seu traço tem claras inspirações do estilo francês, o que serve para destacar ainda mais a HQ de outras produções nacionais. O resultado é um quadrinho bem gostoso de ler!

Turma da Tribo pode ser adquirida via Quadrinhopole. Quem mora em Macapá, pode encontrar a revista na Livraria Didática e em algumas bancas.

18 de jan. de 2014

Top 5 - Livros Clássicos

Por culpa de uma política equivocada das escolas de empurrar a literatura clássica goela abaixo dos alunos (uma atitude que todos reconhecem como problemática, mas que ninguém tenta mudar), muita gente acaba tendo aversão a esse tipo de leitura.

Atualmente, tenho lido muita literatura moderna, mas também curtos a clássica e acho que ainda podem render excelentes leituras. Aqui vai um Top 5 com meus livros clássicos favoritos. Boa leitura!

5 - Frankenstein, de Mary Shelley



Durante uma expedição rumo ao Pólo Norte, a tripulação de um navio se depara com um homem moribundo à deriva no mar congelado, chamado Victor Frankenstein. Ele conta sua história ao capitão, revelando como a obsessão com a vida e a morte o levou a estudar ciências até se tornar capaz de criar uma criatura inteligente em seu laboratório. A narrativa prossegue relatando a série de eventos que levara criatura e criador a se voltarem um contra o outro.

Escrito pela britânica Mary Shelley em 1817 quando tinha apenas 19 anos, Frankenstein é uma das obras de maior influência na cultura pop. O livro conta uma história bem diferente daquela imortalizada pelo de filme de 1931, estrelado por Boris Karloff. Trata-se de um romance de terror gótico, que mostra os perigos de brincar de Deus. Apesar da idade, tem uma linguagem bem acessível para os dias de hoje.

4 - Crime & Castigo, de Dostoiévski



Conta a história de Raskólnikov, um jovem estudante de Direito que passa os dias vagando pelas ruas de São Petersburgo. Muito pobre e dotado de uma mente inquieta, é atormentado pelo impulso de realizar algum feito grandioso. Desesperado para resolver os problemas financeiros da família, elabora e executa um plano extremo: assassinar e roubar uma velha agiota. Atormentado por sua consciência, ele passa a transitar em um cenário repleto de figuras trágicas, mas notáveis.

Publicada em 1866, Crime & Castigo é considerada uma das maiores obras literárias de todos os tempos, e por bons motivos. Mais que um drama, o livro é um verdadeiro estudo sobre a alma humana e o existencialismo. Através dos personagens, Dostoiévski faz ensaios sobre espiritualidade, ganância, sanidade, amor e outros temas. Uma leitura complexa, mas muito instigante.


3 - Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis



Após a morte, o figurão Brás Cubas decide contar ao leitor sua autobiografia, narrando sua trajetória como membro de uma típica família de elite do Rio de Janeiro do século 19. As festas da alta sociedade, a relação com a irmã, a amizade com o filosofo Quincas Borba e o romance secreto com a esposa de um político são apenas algumas das passagens que o defunto-autor narra com a "pena da galhofa".

Lançado originalmente como um folhetim em 1880, Memórias Póstumas de Brás Cubas é considerado o marco inicial do realismo no Brasil, devido a sua linguagem ácida e sem rodeios. Sem falsos idealismos, Machado nos mostra a luta de classes, o adultério e a mesquinharia sob o ponto de vista irônico e pessimista do personagem principal. O livro ainda se destaca por romper com a narrativa linear e com as estruturas tradicionais dos romance da época.

2 - Drácula, de Bram Stoker



A história começa quando o corretor imobiliário Jonathan Harker viaja para se encontrar com o Conde Drácula, uma misteriosa figura que vive em um castelo no coração da Romênia e deseja comprar terras em Londres. Logo, o corretor percebe que há algo de sobrenatural em Drácula, mas já é tarde para impedi-lo de chegar à Inglaterra e aterrorizar Mina, noiva de Harker e sua amiga, Lucy. Liderados pelo professor Van Helsing, um grupo de homens começa uma caçada ao vampiro.

Bram Stoker não criou os vampiros, mas seu romance de 1879 redefiniu para sempre a nossa visão sobre essas criaturas. Narrado através dos relatos de diferentes personagens, mostra um conflito entre o racional e o sobrenatural, pontuado com momentos de terror e sensualidade, embora nem sempre narrados de forma direta. Com um estilo detalhista e envolvente, Drácula não perdeu nada do clima de mistério original.

1 - Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas



Sonhando com uma vida emocionante, o jovem espadachim d'Artagnan deixa sua terra natal rumo à Paris para se tornar mosqueteiro. Após uma série de incidentes, torna-se amigo inseparável dos mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis. Entre as maiores aventuras dos quatro companheiros estão os confrontos com os guardas cardinalícios, uma jornada à Londres para proteger a honra da rainha da França e a participação na guerra contra os ingleses, sempre sob a sombra do ardiloso Cardeal Richelieu e de sua espiã, a sedutora e diabólica Milady de Winter.

Essa história de 1844 é tão enraizada em nossa cultura que é impossível nunca ter ouvido o lema dos mosqueteiros. Ao contrário do que muitos pensam, a obra não é feita apenas de heróis galantes, aventuras e duelos de espada. As adaptações costumam deixar de fora elementos importantes da trama como o jogo de poder, as intrigas amorosas e certas atitudes policamente incorretas dos quatro heróis. Com uma linguagem acessível e um ritmo eletrizante, Os Três Mosqueteiros é uma leitura mais do que recomendada!

11 de jan. de 2014

Prévia de Divisão M #02 + fanarts

O segundo número da webcomic criada por mim, Divisão M está chegando! Para quem não conferiu a edição número 1, a história se passa em uma mundo onde não há super-heróis, sendo tarefa de um departamento especial da polícia solucionar crimes que envolvem meta-humanos.

Antes da prévia, quero mostrar para vocês os fanarts que recebemos.

Sean com cara de mal, de Leonei Sales
Érica pronta para o UFC, de Leonei Sales
Érica em estilo mangá, de Phadme

Agora sim, vamos à prévia de Divisão M #02, que tem roteiros meus e arte de Rafa Lee. Notem que essa segunda edição será em preto e branco, uma decisão tomada para agilizar a produção. A previsão é lançar no início do mês de março.

Nesse segundo capítulo, Sean e Érica continuam a investigar a origem arma laser apreendida durante uma batida. Enquanto isso, uma família viverá momentos de terror ao ser feita refém por um meta-humano com poderes elétricos.







4 de jan. de 2014

[Resenha] Jogos Vorazes, de Suzanne Collins

Mesmo que você nunca tenha ido ao cinema ver os filmes estrelados por Jeniffer Lawrence, tenho certeza de que sabe do que se trata a superprodução Jogos Vorazes, adaptação da bem-sucedida série literária. Mas para essa resenha, pretendo me afastar das telonas e focar apenas no livro em si.

Jogos Vorazes é o primeiro volume da trilogia escrita por Suzanne Collins, que continua nos livros Em Chamas e A Esperança. A obra trás uma mistura de ficção, aventura infanto-juvenil e drama de sobrevivência.

Em um futuro distópico, os doze distritos da nação Panem são comandados com mão de ferro pela Capital, que impõem um regime ditatorial. A cada ano, um garoto e uma garota de cada distrito são sorteados para participar dos Jogos Vorazes, uma competição selvagem transmitida ao vivo para todo o país, da qual apenas um dos participantes saí com vida. Após sua irmã caçula ser sorteada, Katniss Everdeen, uma jovem caçadora do Distrito 12 se oferece para tomar o lugar dela.

Embora seja um romance infanto-juvenil, Jogos Vorazes toca em algumas questões delicadas do mundo moderno. Não é difícil perceber a força da crítica social presente no livro, a começar pelo abismo social que separa luxuosa e avançada Capital do pobre Distrito 12, uma espécie de favela construída ao redor de uma mina de carvão. Katniss observa essas diferenças diversas vezes durante a fase de preparação.

Todo o glamour que rodeia os Jogos não muda a sensação de vigilância por parte do governo, que seguindo a cartilha do Pão & Circo, oferece um espetáculo para que o povo esqueça suas misérias (alguém falou em Copa do Mundo?)

A selvageria da disputa, onde é preciso matar seus adversários para ser o campeão remete aos reality shows e seu entretenimento baseado na depreciação humana. Um sistema do qual a própria Katniss tira vantagem ao fingir um romance com seu colega de distrito, Peeta, para ganhar mais presentes dos patrocinadores, enviados à arena através de pequenos helicópteros.

A história é toda narrada em primeira pessoa por Katniss. Já acostumada a caçar animais com arco e flecha para sustentar a família, a protagonista de Jogos Vorazes é uma moça de temperamento forte, mas sempre muito honesta, seja em suas explosões de raiva, seja nos momentos de generosidade. Contada por uma adolescente, a história tem uma linguagem simples e acessível. Ainda assim, a narrativa se mostra sólida, sem se tornar coloquial demais em momento algum.

O ritmo da trama é bastante ágil e Suzanne Collins consegue achar o ponto certo de equilíbrio entre a ação e a narração, mesmo quando é preciso explicar algo específico do mundo onde tudo se passa. Algumas passagens são bem violentas, em especial no clímax, mas nada que chegue a deixar a leitura pesada demais.

Jogos Vorazes agrada tanto ao seu público-alvo (adolescentes) quanto adultos. Uma excelente aventura que não deixa de abordar questões relevantes pelo caminho. Recomendado!

FICHA TÉCNICA

JOGOS VORAZES

Autora: Suzanne Collins
Ano de lançamento: 2010
Número de páginas: 400
Editora: Rocco