22 de jun. de 2013

[Dicas para escrever] Psicologia e Simbolismo

Esse é um post que eu já queria fazer há algum tempo. Muitas grandes histórias também são elogiadas pelo uso do simbolismo, pelas analogias e por mensagens que nem sempre percebemos de forma consciente. Não, não estou falando de mensagens subliminares e sim de algo mais profundo, quase espiritual.

Os vídeos abaixo mostram uma palestra sobre esse tema: a psicologia e o simbolismo nas histórias com as quais temos contato.

Vi esses vídeos graças a indicação de um amigo. Essa foi uma palestra de Edgar Damiani na Campus Party 2010. O foco é nos games, mas tudo que é dito vale muito para os autores e pode mudar a maneira como você enxerga a arte de contar histórias. Vai ser preciso abrir um espaço na sua agenda já que, juntas as duas partes somam quase 4 horas de duração e, acreditem, vale cada minuto.




15 de jun. de 2013

Campanha de incentivo à leitura

Para quem ainda não conhece, a "Campanha de incentivo à leitura" é uma corrente que rola pela internet. O meu blog já recebeu duas indicações, uma do Lugar Distante e outra do Gole Nerd. Hora de colocar minha participação na brincadeira em dia ^^

As regras para participar são:
- indicar mais 10 blogs
- alertar os indicados
- compartilhar a imagem da campanha
- e responder a pergunta: "Que livro indicaria para alguém começar a ler?", indicando pelo menos um livro.

Certo, aqui vão minhas indicações (a ordem não segue nenhum tipo de ranking):

- Baú do Joe (foi mal, não resisti)

Agora aqui vão minhas dicas de leitura. Uma série de livros e alguns quadrinhos.

Livro: Coleção "Os Karas", de Pedro Bandeira

Essa é uma dica para quando te perguntarem que livro oferecer a um adolescente para ajudá-lo a criar o hábito da leitura. Os Karas, de Pedro Bandeira é uma série que acompanha um grupo de cinco estudantes do colegial (4 rapazes e 1 garota) com um talento natural para solucionar mistérios e se envolverem em problemas. A linguagem é ágil e cinematográfica e o mais importante: a história respeita a inteligência do jovem leitor.


Comic: He-Man and the Masters of the Universe

Com esse novo título (continuação de uma minissérie publicada no ano passado), o roteirista Keith Griffin e o desenhista Pop Mhan fizeram o que parecia impossível: levar o He-Man a sério! Com um teor mais adulto, mas respeitando a mitologia do personagem, a HQ consegue agradar os fãs antigos ao mesmo tempo em que trás com sucesso o herói oitentista para o século 21.

Mangá: Diário do Futuro (Mirai Nikki)
"Até onde você chegaria para realizar seu desejo?". Essa é a grande questão de Mirai Nikki (de Sakae Esuno), mangá onde o jovem Amano Yukiteru recebe um celular capaz de prever o futuro. Agora Yukiteru terá de enfrentar outros 11 donos de diários do futuro em confrontos até a morte. O prêmio? O poder para transformar seus desejos em realidade.

HQ europeia: Incal

Incal é uma dica para quem busca uma leitura mais complexa. Essa minissérie em seis volumes é trabalho de dois mestres: Jodorowski e Möebius. Incal conta a história de John Difool, um bufão que por pura sorte (ou azar) encontra o artefato mais poderoso do universo e passa a ser perseguido por dúzias de facções. As reviravoltas são tão constantes que, de uma página para outra a história pode mudar completamente.

8 de jun. de 2013

Seleção final - Daemonicus

A editora Literata divulgou a lista dos contos selecionados para a antologia Daemonicus, livro irmão de Angelus - Histórias Fantásticas de Anjos. Foram selecionados 15 textos e meu conto "Cinco Sombras" é um deles. Aqui vai a lista completa.



- Felipe Pires – O Encarregado do Diabo;
- Felipe Leonard – A Raposa Vermelha;
- Gutemberg Fernandes – Abraxas; 
- Joe de Lima – Cinco Sombras;
- Kasumi Himura – Onna;
- Suzy M. Hekamiah – O Vento Árabe;
- Ren Deville – Espelhos;
- João Rogaciano – Jinni, o Demônio Destruidor;
- Josy Alves – A Canção do Incubus;
- Luiz Teodosio – Por isso eu gosto da cidade;
- João Victor Burgos Fernandes – O Diabo na Garrafa;
- Douglas Briganti – O Homem do Terno Branco;
- Alexandre Rofer – O Portador da Luz;
- Jerri Dias – A Troca;
- Leandro Zerbinatti de Oliveira – A Face de Hannya.

1 de jun. de 2013

O gênero Dark Fantasy

Está no ar Serpente de Fogo, série literária de minha autoria. Quem leu o post que fiz aqui no blog falando sobre esse novo projeto viu que classifiquei essa história como pertencente ao gênero dark fantasy, ou em bom português, fantasia sombria. O que nos leva a questão: que raio vem a ser isso?

Bom, definir gêneros não é uma tarefa das mais fáceis. As regras não costumam ser muito claras e sempre (sempre) há exceções. Em suma, essa é uma classificação um tanto ambígua e depende muito do próprio autor do texto (nesse caso, eu). Voltando a nossa questão principal, para entender o que é dark fantasy é preciso ter em mente um outro gênero de histórias: a fantasia medieval.

Acredito que qualquer leitor desse blog esteja familiarizado com o termo fantasia medieval, que é usado para definir aquela classe de contos que apresentam uma versão fantástica da idade média. As histórias desse gênero costumam ser aventuras alegóricas onde o bem vence o mal, normalmente com ajuda de um pouquinho de magia. O típico herói de fantasia medieval é o cavaleiro de armadura brilhante que derrota o dragão para salvar a donzela em perigo. O maior exemplo desse tipo de histórias são as lendas do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

A fantasia sombria surge como uma derivação da fantasia medieval, nascendo do desejo de contar essas mesmas histórias sob uma visão adulta. Saem as alegorias, entram o clima pesado e temas mais maduros. A linha que separa o bem e o mal já não é tão clara, e há uma presença maior de conteúdo sexual. Naturalmente, essa definição exclui qualquer trama ambientada no mundo moderno. Já vi quem considerasse obras como Entrevista com o Vampiro como dark fantasy, mas eu, pessoalmente vejo essa classe de histórias como parte de um gênero diferente (não é tarefa das mais fáceis, lembram?).

No mundo da literatura, atualmente a maior referência em fantasia sombria é a saga As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin que começa no livro Guerra dos Tronos (editora Leya). Em 2011, essa obra foi adaptada para a TV em uma bem sucedida série da HBO. Mesmo com a popularidade da saga de Martin, talvez o maior expoente da dark fantasy na literatura seja a obra de Michael Moorcock, Elric de Melniboné. Ainda que pouco conhecidos por aqui, os livros do anti-herói albino, Elric são extremamente populares nos Estados Unidos e Europa. Outro trabalho de destaque é a Saga do Bruxo, do autor polonês Andrzej Sapkowski que teve dois livros publicados no Brasil pela Martins Fontes: O Último Desejo e A Espada do Destino. A Saga do Bruxo também ganhou o mundo dos games na série de jogos The Witcher.

O cinema também já bebeu muitas vezes nessa fonte. Um dos primeiros grandes filmes de destaque é o clássico oitentista O Príncipe Guerreiro (1982), do diretor Don Coscarelli. Em tempos recentes, tivemos produções como o longa animado A Lenda de Beowulf (2007), de Robert Zemeckis e Anjos da Noite 3: A Rebelião (2009), com Michael Sheen e Rhona Mitra. Outro sucesso na telona foi Branca de Neve e o Caçador (2012), com Kristen Stewart, Charlize Teron e Chris Hemsworth. E apesar de não terem todos os elementos da nossa definição de fantasia sombria, O 13º Guerreiro (1999) e O Pacto dos Lobos (2001) figuram com frequência em listas de melhores filmes do gênero.

Chegando ao mundo dos quadrinhos, o maior ícone dark fantasy é o nosso velho amigo Conan (vivido no cinema por Arnold Schwarzeneger e mais tarde por Jason Momoa). No Brasil, a  era de ouro do bárbaro foi na saudosa revista da Abril Jovem, A Espada Selvagem de Conan, que durou mais de 200 edições! Outro ícone desse gênero é a exuberante Red Sonja (que até ganhou um filme pra lá de suspeito em 1985, estrelado por Brigitte Nielsen). Mesmo sendo uma personagem bem conhecida por aqui, apenas poucas histórias da heróina chegaram à nossas bancas. Também merece destaque a HQ francesa Arawn (inédita no Brasil), com roteiro de Ronan Le Breton e a arte espetacular de Sébastien Grenier.

Na Terra do Sol Nascente, podemos destacar Berserk, de Kentaro Miura, mangá que já conta com 36 volumes e ainda está em publicação, enquanto o anime teve 25 episódios; Claymore, de Norihiro Yagi, com 23 volumes de mangá e uma adaptação para a TV com 26 episódios; e RG Veda, do Clamp, mangá que durou 10 volumes e ganhou uma pequena versão anime com apenas 2 episódios.

Ufa! É isso aí, agora você não pode dizer que não conhece o gênero fantasia sombria. Claro que existe muito mais material por aí. Se você conhece outro livro, filme, série de TV, anime, quadrinho ou etc. que merece destaque, deixe a dica nos comentários.

Até!