29 de mai. de 2015

[Game] Dragon Ball Xenoverse


Dragon Ball Z é um anime que conta as batalhas de Son Goku, um saiyajin criado na Terra que… er… bom, vocês sabem.

Os Guerreiros Z tem uma longa trajetória no mundo dos games, com um grande lançamento em quase todos os anos. Jogos que nos últimos tempos tem sofrido para escapar da sombra de Budokai 3, que apesar de ter sido lançado em 2004 (duas gerações e mais de uma década atrás), ainda é considerado pela maioria o melhor game de DBZ já feito.

Tentando sair dessa sombra, Dragon Ball Xenoverse chegou para diversas plataformas no começo de 2015 com uma proposta mais ambiciosa que os jogos recentes de Goku & Cia. A começar pelo fato de não ser um game de luta tradicional. O foco está todo em uma campanha que mescla elementos de RPG.
Tudo começa quando uma força misteriosa aumenta o poder dos vilões Freeza, Cell e Maijin Buu em diferentes momentos da história, provocando mudanças perigosas na linha do tempo. Trunks, que agora é membro da Patrulha do Tempo, pede para Shenlong lhe enviar um aliado poderoso o bastante para ajudar na nova batalha.

Esse aliado é ninguém menos que você. Em Xenoverse, você cria o seu próprio Guerreiro ou Guerreira Z, toma parte em algumas das batalhas mais memoráveis de Dragon Ball Z e interage com os heróis clássicos, o que resulta em pequenas mudanças em comparação com a história original. No momento da criação, é possível escolher entre cinco raças diferentes e, com a campanha rolando, dá para customizar as roupas e técnicas especiais — como o mundo de DBZ não precisa de mais caras bombados, eu joguei com uma garota saiyajin que evoluiu até super saiyajin 2.


O sistema de batalha é bem diferente do tradicional um-contra-um lateral. As lutas acontecem em grandes cenários abertos e combates em grupo. No começo, estranhei um pouco, mas assim que se pega o jeito, tudo fica bem instintivo. É notável o cuidado que tiveram para reviver o clima do anime: movimentos, golpes e até efeitos sonoros foram recriados com perfeição. Só a escala de destruição é que deixa um pouco a desejar.

Esse cuidado reflete o quanto o game é voltado para os fãs. Falam em distorções no tempo, mas em nenhum momento explicam quais mudanças ocorreram, assumindo que os jogadores já sabem que Raditz não deveria derrotar Goku e Piccolo.

A má notícia é que Xenoverse tem pontos negativos demais para serem ignorados. Os maiores estão justamente nas batalhas. Embora as lutas empolguem no começo, com o tempo elas se tornam um tanto repetitivas, já que todos os personagens seguem mecânicas de combate semelhantes. A câmera é aberta, movendo-se de forma independente; infelizmente, como é comum em câmeras desse tipo, tudo fica muito confuso quando o jogador se aproxima das paredes.

Há duas opções de dublagem: japonês e inglês, sendo que esta última possui uma sincronia labial sofrível. Apesar dos menus e legendas estarem em português, o trabalho de tradução e adaptação não foi bem feito. Alguns personagens e técnicas são chamados por mais de um nome e são utilizados substantivos e pronomes masculinos com as personagens femininas o tempo todo. Nada que atrapalhe muito, mas incomoda.

Concluindo: Dragon Ball Xenoverse acerta em muitas coisas, mas também tem muitos pontos negativos. É possível se divertir bastante com o jogo, desde que você seja capaz de relevar esses problemas.

Plataformas: PS3, PS4, XBox 360, XBox One, PC
Gênero: luta
Estúdio: Bandai Namco
Lançamento: 2015

15 de mai. de 2015

[Resenha] A Lenda da Ruff Ghanor: O Garoto-Cabra, de Leonel Caldela

O Garoto-Cabra é o primeiro volume da série de fantasia A Lenda de Ruff Ghanor. Embora tenha sido escrito por Leonel Caldela, o livro não é uma criação sua. Como o prefácio explica, Ruff e seu mundo surgiram durante as sessões de RPG da equipe do site Jovem Nerd (gravadas em forma de podcast). O nome de Caldela só entrou nessa história depois, quando a equipe do site decidiu lançar uma versão romanceada das aventuras criadas por eles.

[Pausa para um adendo sem nenhuma ligação com a resenha] Sempre me interessei muito pelos RPGs de mesa, mas infelizmente, minhas experiências como jogador e mestre se resumem a meia dúzia de sessões disputadas há muito tempo, em uma galáxia distante. [/Fim da pausa. Voltemos à resenha]

O livro começa quando dois acólitos de São Arnaldo (o correto seria “santo”, mas há uma explicação para o erro) encontram um menino perdido e o veem usar magia para matar dois monstros. O garoto recebe o nome de Ruff e passa a viver no mosteiro. Após descobrir que o menino é descendente da antiga linhagem Ghanor, o prior lhe impõe um rigoroso treinamento físico e mental, acreditando que o jovem está destinado a acabar com o reinado de terror do dragão Zamir.

A Lenda de Ruff Ghanor é, claramente, um blockbuster. Sua proposta é a diversão pela diversão. E verdade seja dita, o livro é bastante honesto quanto às suas intenções e em momento algum tenta parecer mais sério ou denso do que realmente é. Essa é a maior qualidade de O Garoto-Cabra, e também seu maior defeito.

Estamos falando uma obra de alta fantasia, então espere por magias mirabolantes, combates exagerados e raças não-humanas, como o dragão e seu exército de hobgoblins. Como é possível notar pela sinopse, o livro apresenta um cenário bem familiar aos fãs de fantasia medieval: guerreiros e clérigos, heróis predestinados, dragões malignos… e por aí vai.

Os próprios personagens incorporam os arquétipos típicos do gênero. Além do nosso herói, outras figuras de destaque são: Korin, aprendiz de guarda, alivio cômico e melhor amigo de Ruff; o prior do mosteiro, um homem misterioso e rígido, totalmente devotado a preparar Ruff para seu destino; e Áxia, uma jovem rebelde e (aparentemente) única garota do mundo, além de interesse romântico de Ruff. Um romance que nunca conseguiu me convencer de verdade, me deixando com a impressão de acontecer apenas pela necessidade de haver um casal.

Uma consequência negativa da narrativa rasa é que todo os personagens parecem viver em função do protagonista, e não só eles. Tudo no livro gira ao redor de Ruff Ghanor. Se alguém morre doente, é para que ele aprenda uma lição; se uma batalha é travada, serve para que ele entenda seu lugar no mundo.

Essa falta de profundidade dos personagens se espalha para o cenário da aventura, descrito de forma rasa e um tanto genérica.

Dito tudo isso, é preciso deixar claro que não achei que o livro só tem pontos negativos. Apesar dos defeitos, a obra consegue divertir em vários momentos e, por ser uma leitura relativamente rápida, não exige um grande investimento de tempo. O plot twist no final é genial e abre um leque imenso de possibilidades para o próximo volume.

Quem procura algo mais denso, pode se decepcionar com A Lenda de Ruff Ghanor: O Garoto-Cabra, mas pode ser uma boa opção para quem estiver à procura de uma diversão mais simples e despretensiosa.

A LENDA DE RUFF GHANOR: O GAROTO-CABRA
Autor: Leonel Caldela
Lançamento: 2014
Páginas: 320
Editora: Nerdbooks

1 de mai. de 2015

Top 5 - Mães

Depois de um bom tempo, está na hora de mais um Top 5, e já que o mês de maio chegou, que tema mais adequadado do que as mães da ficção? Sempre presentes em dramas e slices of life, normalmente as mães são relegadas a posições discretas na fantasia e na ficção científica. Porém, independente do gênero, quando o assunto é cultura pop, poucas delas ocupam um lugar de destaque. Porém, nem todas se conformam a ficar em segundo plano e é sobre elas que vamos falar hoje. Aqui vai uma lista com as minhas cinco mães favoritas da ficção.

5 – Trisha Elric (Full Metal Alchemist)


É a grande “mãezona” dessa lista. Abandonada pelo marido, Trisha cria sozinha seus dois filhos, Edward e Alphonse, sem deixar de ser uma mulher doce e carinhosa. O amor dos garotos por ela é tamanho que, após seu falecimento por conta de uma doença, tentam ressuscitá-la usando alquimia. Infelizmente, o resultado é um verdadeiro desastre. No anime, anos após o incidente, Ed e Al descubrem que, de fato, Trisha voltou à vida, não mais como uma mãe amorosa e sim como a implacável vilã Sloth.

4 – Sara Pezzini (Witchblade)


Independente, exuberante e badass de plantão, Sara nunca vacila diante do perigo, seja limpando as ruas como policial, seja enfrentando ameaças sobrenaturais com a manopla mágica Witchblade. Após passar uma noite com seu eterno inimigo/amante Jack Estacado, o Darkness, fica grávida e vem ser a mãe de Hope, uma menina calada e dotada de misteriosos poderes que a tornam a chave para a salvação de todo o universo, mas apenas através de seu sacrifício. Num momento extremo, Sara escolhe salvar o mundo em troca da vida da própria filha.

3 – Mística (X-Men)


Raven Darkholme é uma mutante com poderes transmórficos, ou seja, pode mudar de aparência à vontade; tais poderes, e sua enorme sagacidade, a tornam uma das pessoas mais perigosas do planeta! Apesar de ser uma vilã, já ajudou os X-Men em diversas oportunidades, além de possuir ligações com alguns de seus membros: é mãe biológica de Noturno e adotiva de Vampira. Recentemente, descobriu-se que Mística se casou secretamente com o Professor Xavier e desse relacionamento nasceu Charles Xavier Jr. Como se não bastasse, Raze, um jovem mutante vindo do futuro, alega ser fruto de um caso que ela terá com Wolverine.

2 – Mulher-Invisível (Quarteto Fantástico)


Pesquisadora, astronauta e super-heroína; esse é o currículo de Susan Richards. Sue co-fundou o Quarteto Fantástico após um acidente com raios cósmicos lhe dar poderes telecinéticos e a habilidade de ficar invisível. É casada com seu colega de equipe, Reed, o Sr. Fantástico, com quem teve dois filhos: Franklin, de dez anos, e a brilhante e marrenta Valéria. Beirando os quarenta, Sue conserva a boa forma e, mesmo amando muito seu marido, há tempos mantém um relacionamento extraconjugal com Namor, o Príncipe Submarino.

1 – Bulma (Dragon Ball, DBZ/GT)


Bulma é dos poucos (e certamente o maior) cérebros no mar de músculos de DBZ. A primeira colocada desse ranking é herdeira da Corporação Cápsula e namorou o guerreiro Yamcha por anos, mas quando a relação chegou ao fim, arrastou asa para ninguém menos que o príncipe dos Saiyajins, Vegeta. Mesmo sem se casarem, tiveram um filho chamado Trunks; tempos depois, com a relação mais estável, tiveram outra filha, Bra. Genial (e geniosa), Bulma é a criadora do Radar do Dragão e chegou até a construir uma máquina do tempo, provando ser mais que um rostinho bonito.