3 de set. de 2011

Recomeçar do Zero

E a palavra da moda é... reboot! Não, não estou falando da divertida série animada dos anos 1990, e sim do reinício (mais um) do Universo DC.

Porém, esse novo reboot não segue a mesma linha de outras histórias que supostamente deveriam zerar os títulos da editora como Zero Hora, Crise Infinita e Crise Final. Sagas de qualidade duvidosa e, que na verdade quase não tiveram impacto sobre a continuidade das revistas.

Segundo Jim Lee e Dan Didio, a ideia agora é fazer uma reformulação profunda, aos moldes do que foi feito na megassaga Crise nas Infinitas Terras nos anos 1980. (clique aqui para ler mais sobre as declarações dos editores)

Na época, o reboot tinha um objetivo claro: enxugar a cronologia dos heróis que, então era uma verdadeira festa da uva, cada autor fazia o que bem entendia sem nenhum senso de continuidade ou coesão, bem diferente do que vinha sendo feito na Marvel.

Mas deixemos os anos 1980 de lado e voltemos à 2011 e o novo reboot. Quando li sobre os planos desse novo reinício minha primeira reação foi torcer o nariz (como acredito que fizeram a maioria dos leitores). Seria muito fácil chegar aqui e descer a lenha em tudo, no entanto eu prefiro pisar um pouco no freio e procurar entender melhor a situação.

É fato conhecido que ao longo dos anos DC e Marvel têm encontrado cada vez mais dificuldade em formar novos leitores e uma das razões desse problema é a longa e complexa cronologia dos heróis. Você que está lendo essa coluna, sabe dizer quantos Robins já existiram? Ou qual personagem famosa dos X-Men morreu em 2004 e nunca mais voltou? 

Não é fácil para um novo leitor descer de pará-quedas no meio do turbilhão de heróis que mudam de identidade, mortes e ressureições, vilões que se tornam heróis e depois voltam a ser vilões. Voltando ao momento em que os super-heróis surgiram, a DC passa o recado de que não é mais preciso conhecer de cor um sem fim de histórias do passado, os leitores podem começar a acompanhar as revistas a partir de agora sem perder nada, e ainda ver a construção de uma nova mitologia chegando ao ponto do editorial da revista Justice League #1 trazer a frase: "Essa não é a Liga da Justiça que o seu pai lia." (ah, sim! As respostas das perguntas acima são 5 e Jean Grey).

Outra inicativa para atrair novos leitores será focar mais em histórias fechadas, assim qualquer pessoa poderia ler qualquer edição sem ficar perdido.

Mais um ponto é a questão da inclusão das linhas Wildstorm (que inclui os Wildcats), Vertigo (Sandman, Constantine, Monstro do Pantâno entre outros) e até do personagem Super-Choque ao Universo DC tradicional sem parecer que foram costurados depois. Como tudo isso vai se acertar junto, só o tempo dirá.

Mas é claro que as coisas estão longe de serem perfeitas. Nem todas as revistas estão ambientadas no "tempo presente", as continuidades de Batman, Lanterna Verde e Aquaman não foram tão afetadas quanto o Super-Homem, e a Mulher-Maravilha é uma incógnita, uma vez que a heróina já vinha passando por um reconstrução em sua revista. Parece que faltou planejamento, não dá pra negar.

Também não me agradou a volta de Barbara Gordon como Batgirl, eu vinha gostando da fase atual da personagem com Stephanie Brown (ex-Salteadora) por baixo da máscara, além disso quem ficará no papel de Oráculo, o "auxílio 24 horas para super-heróis"?

E não tem jeito. é impossível evitar aquela sensação que ao simplesmete zerar os crônometros, os editores fizeram a opção de varrer a sujeira para debaixo do tapete, e não de realmente limpar a sala, acertando tudo com seus títulos regulares.

[Atualização] Eu não queria esticar ainda mais esse post, mas acabei deixando de fora uma consideração importante: como ficam os fãs das antigas? Esses têm se queixado muito de falta de respeito da editora, e não os culpo por pensar assim, de certa forma faltou mesmo essa consideração, porém me parece que objetivo era mesma focar em leitores mais jovens. Como já comentei ali embaixo e no Orkut, o público adulto consome pouco, no máximo lemos alguma minissérie ou graphic novel. Quanto aos títulos regulares, raramente o público adulto os acompanha, e isso se torna um grande problema para a editora que precisa de um público consumista que gere lucros. De mais a mais, eu não acredito que a maioria dos fãs antigos  ira abandonar os personagens, eu penso que esse público vai continuar na mesma situação: acompanhando de longe, e comprando algo de vez em quando. [fim da atualização]

Enfim, gostando ou não do reboot da DC não dá pra negar a coragem da editora de mexer dessa forma com algo tão enraizado na cultura pop. Colocando tudo na balança, eu acredito que essa pode sim ser considerada uma iniciativa justificável.

O site Universo HQ fez uma matéria bem detalhada sobre como as coisas vão ficar que você acessa clicando aqui.

Para o bem e/ou para o mal, as mudanças estão ai, e espero que saiam boas histórias dessa salada. E afinal, boas histórias não são o que realmente importa?

10 comentários:

  1. Oi Joe, Litleton falando!
    Achei legal vc fazer um post sobre isso, pois eu tava mesmo querendo saber qualé a nova "rebosta" da DC. Hoje em dia posso dizer: sou leitor antigo. Leio quadrinhos há mais de 20 anos e já vi a DC aprontar pelo menos 3 vezes isso com os leitores (Crise nas infinitas, Zero Hora e a outra acho que é "Crise Final" - mentira deslavada!), se teve mais, não me recordo, pois parei de acompanhar os heróis da editora com regularidade há muito tempo. Minha última tentativa foi com a Noite Mais Densa, que desisti de ler assim que vi que se tratava apenas de mais uma desculpa para ressuscitar personagens e vender ainda mais revistas sem qualidade.
    Como aqui mostro apenas minha opinião posso falar sem enrolar: o problema que vejo nos personagens heroicos americanos é que não têm fim. Nunca tivemos um substituto real para o Super-Homem (leitor antigo, lembrem-se: eu acompanhava este título na velha Abril Jovem, no tempo que X-Men se falava "Xís-men"). Sempre que ele sumisse, o leitor mais experiente sabia que logo logo o veria de volta (vide a Morte e o Retorno dele). Batman passou uns tempos afastado e aleijado, mas voltou (falar nisso, soube que ele morreu... já voltou?). O Aranha virou clone, depois voltou a ser o oficial, e ainda aproveitaram pra trazer de volta o Norman Osborn, acabando com uma grande HQ dos anos 70. Nem precisa falar muito disso. Sempre vão e voltam porque não tem fim. E porque não têm fim? Porque são uma fonte de renda que não tem fim também. Sabemos que quadrinhos são comércio, e ninguém quer deixar de ganhar dinheiro porque seu produto acabou. Então a solução da DC é essa: dá a desculpa de que a cronologia é um problema e desfaz tudo aquilo que lemos e aprendemos a gostar, dando a sensação que estamos desperdiçando o dinheiro pago às vezes por anos a fio em que acompanhamos esses personagens. Eles dizem que a cronologia complexa é muito hermética e que atrapalha fazer novos leitores... traduzindo: os antigos vão abandonando os títulos com o passar dos anos e eles deixam de ganhar dinheiro. E porque os leitores antigos abandonam os títulos? Os motivos são diversos, claro, mas há uma razão bem específica e simples: os heróis não mudam junto com seu leitor.
    Não têm fim.
    Não envelhecem, não crescem, suas mortes nunca são reais... o perfil do Homem-Aranha que eu lia com 14 anos é mesmo que eu lia aos 28. Da década de 70 até os anos 2000, quem de vocês viu Peter Parker envelhecer 1 ruga? Naquela época Parker tinha 20 e poucos anos. Quantos anos ele tem agora? 20 e poucos anos. Em 1996 eu lia o Aranha com 15 anos. Hoje eu leio Aranha aos 30 anos. As mudanças na minha vida foram incontáveis, mas e as mudanças na vida de Peter? Muitas também, mas qual durou? Alguém realmente morreu? Eu diria que a Tia May é o personagem mais forte dos quadrinhos. Que fim levou a filha de Peter Parker, que poderia ser uma consequência real da Saga do Clone? Simplesmente deram chá de sumiço na criança. Peter teve algum crescimento? O "Grandes poderes, grandes responsabilidades" que meu super-heroi preferido prega, hoje em dia soa como desculpa para ser, na verdade, Irresponsável. Quantos empregos estáveis o personagem já perdeu porque não desiste de ser Homem-Aranha? Quantas vezes já magoou a família e os amigos para ser o Homem-Aranha e trocar sopapos com marmanjos de roupinhas coloridas e coladas? Mary Jane deve ser uma mulher frígida ou então uma santa para aguentar tantos anos um marido que a deixa sozinha todas as noites para se balançar pela cidade. Que horas esse cara trabalha, falando nisso? Se passa as noites em claro patrulhando a cidade, deve dormir muito durante o dia... não é de se admirar que viva sem grana... mas COMO ele vive sem grana? Ele come às custas de quem? Da esposa, que já foi atriz fracassada nos anos 80 e modelo de sucesso em 2000? Eu somaria isso aos estresses cotidianos de Mary Jane Watson, sustentar o marido.

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  2. Todos esses detalhes e muitos mais são simplesmente ignorados em função de manter o personagem imutável e sempre identificável, para poder ser indefinidamente explorado (no bom e no mau sentido) e revisitado. E a consequência disso é que o leitor que tanto se identificava com o personagem no passado, não vê mais a menor semelhança entre as próprias aspirações e aquele herói. Nos crescemos, nossas vidas mudam, nossa mente muda. Não dá mais pra aceitar tantas inconsistências, tantos buracos nos roteiros, tanta desculpa esfarrapada (Clark Kent e o Superman não são identificados por causa de um par de óculos?! DC, faça-me o favor!!!). Acabamos indo embora e entregando nossos heróis pras novas gerações, que no futuro próximo terão a mesma DCpção (não resisti ao trocadilho!) que a gente e acabarão abandonando-os também. Ou farão como eu e muitos outros nerds por aí: continuarão lendo e criticando. Vendo as inconsistências, mas aturando simplesmente por que gostam demais dos personagens. Lerão mesmo que as HQs sejam ruins. Ou farão sua própria cronologia: comprarão só as sagas que considerarem mais interessantes, mas terão que lidar com dúvidas. Por exemplo, comprei o especial "Caído entre os Mortos" do Aranha. É uma boa HQ. Mas apresenta alguns detalhes que podem incomodar o leitor que lê o Aranha há menos tempo que este velhote. Norman Osborn está lá, vivo e bem. Eu não saberia como isso é possível (já que o personagem morreu lá nos 70) se não houvesse tentado acompanhar a malfadada Saga do Clone. E o leitor novato, que já caiu nas teias do Aranha com Norman vivo? Ele encara o "problema cronológico" que Jim Lee e Dan Didio apontam como uma das razões necessárias para a constante (e irritante) reformulação de personagens e seus universos (ou multiversos). Mas acredito que isso é simplesmente uma desculpa esfarrapada. Não acho que seja preciso tanto mexe e remexe pra criar novos leitores, existem soluções mais simples, mais adultas (porque diabos um adulto insiste em ler super-heróis? Deixa essa pro Freud). Não acho que seja preciso tanto alvoroço, uma crise universal ou uma mudança de realidade. Basta HAVER mudança real. Como? Eu tenho uma ou duas sugestões.

    1) Deixem os personagens mortos... MORTOS.
    2) E deixem que os personagens vivos cresçam, envelheçam... e passem o manto.

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  3. Pensem comigo: pra que serve o "sidekick"? A princípio, obviamente, para atrair leitores cada vez mais jovens. Mas levemos a coisa pro nível das HQs. Ele vem pra ser o apoio do herói. E, eventualmente, seu substituto. Se o Batman, o "dono" do primeiro sidekick que eu tive notícia, começou em 1939, suponhamos que ele tivesse na faixa dos 30 anos na época (não consigo imaginar um magnata de sucesso muito mais jovem que isso em tempos "pré-internet"). E suponhamos também que seu parceiro, o Robin, fosse um rapaz de uns 14 anos. Duvido muito que um homem com várias empresas nas mãos tivesse muito tempo e disposição para ser Batman durante um período maior que 10 anos, acho que 15 no máximo. Não que faltasse vigor físico, mas veja bem: se Bruce Wayne leva uma vida de playboy dorminhoco de dia e é o Cruzado de Capa durante a noite, significa que pouco tempo ele passa na sua mega-empresa. Não deve prestar muita atenção (ou ter tempo E vontade de fazer isso) às próprias finanças. Em quanto tempo ele iria À falência, deixando toda sua grana aos cuidados de terceiros? Por mais que lhe agrade ser o Batman, por mais que queira fazer valer a justiça, ele ainda precisa ser PODRE de rico para ter todo o seu aparato de combate ao crime. Como fazer isso? Sendo o que parece que os super-heróis não querem ser: responsável pela própria vida. Passar tanto tempo cuidando dos outros e esquecendo das próprias responsabilidades parece coisa de mulher fofoqueira. Então, continuemos o raciocínio: Bruce Wayne teria que se comportar cada vez mais como o empresário que deveria ser e, com isso, o Batman ficaria cada vez mais em segundo plano. Mas isso significaria o fim para o mascarado? De jeito nenhum! O que Frank Miller imaginou quando escreveu a história "Cavaleiro das Trevas" é bem próximo do que acredito que aconteceria realmente se o Batman existisse, ou se pelo menos as HQs corressem como acho que deveriam. Da forma que penso, o homem que uma vez foi o Batman passaria o manto para o Robin Dick Grayson, um cara 15 anos mais novo. Grayson, por sua vez, acabaria adotando Jason Todd ou algum outro como seu Robin (já que conto o Batman de 1939 com 30 anos, suponhamos que agora fosse 1955, por exemplo, ele teria 44 anos e Dick teria uns 30). Isso, claro, confiando que, para o bem de nós, leitores e de tantas pessoas que vivem do lucro que o Batman lhes gera, Dick também quisesse continuar nessa vida de combate ao crime por mais tempo ainda que seu mentor (Wayne: Batman dos 30 aos 44, Grayson: dos 14 anos até quando?). Mesmo que Dick não concordasse e quisesse viver a própria vida independente de Wayne, este acabaria achando outro doido (desculpem, companheiros nerds, mas teria que ser MUITO doido pra bancar o herói como esses caras) que assumisse a tarefa de ser o Batman. Poderia até virar um emprego, com salário e tudo! Se bem que isso poderia complicar ainda mais a HQ, mas a minha proposta é levar a coisa mais pro nível adulto/ realista, então vamos prosseguir. Bom, além de patrocinar o novo Batman com a grana gerada por seu conglomerado de empresas, Bruce Wayme poderia fazer realmente o que Miller sugeriu em Cavaleiro das Trevas: ter um exército particular ao seu dispor. Pagar pessoas para trabalhar como Oráculos (a "Ajuda 24h para super-heróis" que conhecemos atualmente não devia ter tempo para fazer literalmente mais nada na vida!) e continuar, assim, a combater o crime. Mark Waid concorda com essa visão de Miller e a leva ainda além ao mostrar um Bruce Wayne com o físico prejudicado em "O Reino do Amanhã". Excelente!

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  4. É assim que creio que deveria acontecer com nossos queridos heróis. Chegar um momento em que eles deviam passar o manto. Continuando com o exemplo do Batman, se Wayne tinha 44 anos em 1956 mais ou menos, ele poderia seguir como o organizador desses novos heróis até a morte, exatamente como vimos no Reino do Amanhã. Se ele vivesse até uns 90 anos, tendo nascido em 1909, teria morrido praticamente na virada do século! Não perderíamos nem o Batman, já que haveria sempre um novo surgindo de acordo com a necessidade, e nem Bruce Wayne, que continuaria a ser o mestre e mentor de todos os Batmen por anos, nunca perdendo seu papel de destaque como criador de um movimento heróico muito interessante e bem mais plausível do que ler HQs com o mesmo Batman por 70 anos como temos feito.
    A Marvel, maior concorrente da DC por sabe-se lá quantos anos, agora finalmente tem a chance de fazer algo desse tipo com seu Ultiverso, onde o jovem Homem-Aranha recentemente SPOILER e foi substituído por um jovem negro e latino chamado Miles Morales. A repercussão disso nos EUA chegou até a Casa Branca! Alguém acusou a Marvel de fazer do personagem uma versão heróica e adolescente do presidente Obama! Achei muito boa, não a comparação, mas a ideia de substituírem Parker por ele haver chegado a um ponto sem saída em sua carreira como herói. Quantas vezes nossos heróis passam por isso? (Desculpem falar tanto do Aranha em algo que trata da DC, mas ele é o super-herói que conheço melhor, então é mais fácil explicar o que penso através dele). Quantas vezes eles chegaram a um ponto sem retorno e a editora, ao invés de seguir em frente com os rumos da história, faz o personagem ser "zerado" e taca novos números 1 nas bancas, novas origens, histórias com "revelações" bombásticas que apagam anos de cronologia em 20 páginas de HQ? As últimas vezes que vi isso foi no arco "Um Dia a Mais" do Aranha e na "Guerra Civil". A proposta interessantíssima da Guerra civil era justamente o tipo de coisa que acho que as HQs precisam, aquele toque mais realista. O registro dos mascarados foi uma coisa muito legal, algo que gerou uma HQ muito interessante. Só que um de seus pontos altos, a bombástica revelação pública da identidade secreta do Aranha foi simplesmente apagada em One More Day. O roteirista J. Michael Straczinsky fez uma boa HQ, em minha humilde opinião, mas não pôde prosseguir para dar espaço a "atualização" do Aranha para os novos leitores no arco "Um Novo Dia" (onde ele encontra com Barack Obama). Me pergunto onde o Aranha chegaria se a reformulação não fosse feita. Ou ainda, quem seria o atual Homem-Aranha se a história dele como o cabeça-de-teia tivesse acabado anos atrás e agora lêssemos as HQs de seu substituto (como sugeri acontecer com o Batman).

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  5. Isso é algo que jamais saberemos, pois até mesmo um casamento de mais de 20 anos entre Peter e Mary Jane a Marvel resolveu encerrar colocando a culpa no Diabo/ Mefisto quando lançou "Um Dia a Mais". Vejam como são exageradas as coisas quando o herói se depara com um problema real: é preciso um evento mirabolante para não chocar as "criancinhas" (que os editores devem considerar também a nós leitores antigos se acham que caímos nessa). Pelo que ouvi falar, Joe Quesada, o editor da Marvel na época da reformulação trazida por "Um Dia a Mais", dizia que o Homem-Aranha não devia estar casado. Puxa, quer dizer que toda aquela história foi APENAS pra separar o casal Parker? Gente, já existe um negócio chamado DIVÓRCIO. Além das razões que citei acima para uma separação, aposto que os escritores poderiam pensar em 1001 motivos para o casal se separar. Mas não, é preciso que o herói mais humano que existe (tirando o fato de ter poderes de aranha, claro), um personagem urbano de uma pseudo-ficção científica como é o meu querido Aranha passe por um evento cósmico-divino e seja preciso o Diabo em pessoa para encerrar seu casamento? O que será que é mais traumático para as crianças? Ver que o herói delas pode se separar nas HQs assim como seus pais podem fazer no mundo real ou ver o seu herói, o seu exemplo de honra (já que os heróis também em geral são poços de nobreza) fazer um PACTO COM O DEMÔNIO? Espero sinceramente que Miles Morales nunca tenha que passar por uma dessas e que continue a ter suas aventuras como o único e verdadeiro Homem-Aranha do Ultiverso por muitos anos ainda. Desejo todo sucesso do mundo ao personagem. Nós já temos um Peter Parker no universo Marvel convencional, o Ultiverso pode e DEVE seguir com o dele. E se preciso falar da DC mais uma vez, porque não voltar ao Batman? Não li a HQ onde morreu, mas me contaram que Darkseid o matou (algum de vcs pode me confirmar isso? Joe?). O caso é o mesmo do Aranha/ Parker. O Batman é até mesmo 100% humano, sem nenhum traço de habilidade especial que não seja seu raciocínio ou seu treinamento em artes marciais, mas se o que me contaram é verdade, foi preciso ninguém menos que Darkseid, um novo-deus, para dar conta da tarefa de matar um homem normal. Não consigo imaginar exageros maiores que esse numa HQ ocidental (esqueçam os mangás por enquanto, please).

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  6. Concluindo (desculpem a demora!), digo que a reformulação atual da DC, ou de qualquer outra editora que adotar essa estratégia para alavancar suas vendas é só isso: interesse. Não vai durar e em pouco tempo teremos tudo de novo: novos uniformes, novos poderes, novas origens, novas desculpas esfarrapadas. Novamente gastaremos nosso dinheiro em HQs que serão invalidadas cronologicamente em poucos anos. E iremos, aos poucos, nos afastando cada vez mais de nossos queridos heróis. Acho que na verdade SOMOS afastados por essa política do "reboot". Gostaria muito que as editoras se tocassem do que nos fazem passar, mas não vou me iludir que um dia isso ocorra em nível de Marvel ou DC. Quem sabe editoras menores respeitem mais seu público; quem sabe elas dêem fim às histórias de pessoas como Peter Parker e Bruce Wayne e abram espaço para mais gente como Miles Morales e Dick Grayson. Não quero que elas acabem com o Aranha, nem com Batman, nem com Superman e cia. Só não quero mais que tentem nos fazer engolir que esses personagens estão congelados no tempo na faixa dos 20 ou 30 anos de idade há 5 décadas e que pensem que as crianças são idiotas que não sabem que as pessoas se separam, morrem, sofrem, são traídas, substituídas... em resumo, gostaria que não nos tratassem como idiotas que só servem para encher seus bolsos.
    E que aproveitassem a ocasião da mesma forma que estão fazendo com Miles Morales: para encarar o desafio de escrever novas e BOAS histórias. Pois estaremos aguardando.

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  7. Wow! Eu nem sabia que dava pra fazer comentários desse tamanho! XD

    Eu tenho que dizer que concordo com você em quase tudo, eu acho que seria fascinante ver histórias com os personagens envelhecendo e passando o manto adiante, é claro não teríamos os mesmos heróis hoje, mas acredito que essa constante passagem de tempo poderia até levar alguém a acompanhar as revistas de perto por uma vida inteira!

    Mas no modelo atual veja o problema que temos: os 3 primeiros Robins, Dick Grayson, Jason Todd (que ressuscitou depois de tantos 30 anos morto) e Tim Drake todos já são adultos enquanto Bruce Wayne continua com a mesma cara que tinha em 1939. Não faz o menor sentido! E agora temos um Robin, Damian Wayne que é filho do Batman, não seria incrível se ele seguisse os passos do pai algum dia? Com certeza, mas sabemos que dificilmente isso vai acontecer.

    Também não li a história em que Bruce Wayne morre então não sei se foi o Darkseid, mas sim ele já voltou, nos EUA pelo menos, no Brasil não sei em que pé estão as histórias.

    Mas como eu disse, a iniciativa é justificável por que o público adulto que lê comics consome muito pouco, então do meu ponto de vista a DC fez o que era "certo" e foi em busca de um público mais consumista. Eu só espero nessa nova fase eles tenham aprendido com os erros do passado e façam boas histórias sabendo evitar as armadilhas tipícas de uma revista interminável.

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  8. Muito bom os comentários. Só o selo vertigo mesmo que segue a sequencia de acontecimentos até hoje, e mesmo assim poucos envelhecem.

    seria muito bom ver uma continuidade como o mencionado. mas infelizmente nunca acontecerá.

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