31 de dez. de 2018

[Resenha] A Alcateia, de Glauco J. S. Freitas

Ambientado em Curitiba, A Alcateia é mescla terror, investigação policial, mitos e lendas sobrenaturais, demônios bíblicos e outros elementos, ao estilo do que fazem obras como Arquivo-X e Supernatural.

Quando diversos jovens são assassinados em rituais de magia negra, o caso vai parar nas mãos do investigador Flávio Patrezzi e de seu companheiro, Alexandre Matsui, uma espécie de caçador de monstros moderno. À medida em que sem embrenham nesse mistério, os dois irão deparar-se com um universo repleto de entidades sombrias, cultistas, seres abomináveis e muito mais.



Em A Alcateia, Glauco J. S. Freitas apresenta um universo complexo, onde basta abrir uma porta para, literalmente, ir para o inferno. Além da trama principal, a história também engloba outros casos menores, sempre ligados ao sobrenatural. É interessante que o autor não se limita a apresentar fantasmas e demônios como meros monstros sem alma. O texto sempre traz à história por trás desses seres, de como se tornaram espíritos enfurecidos e almas penadas. Essa é uma boa sacada que acrescenta mais profundidade à obra e à seus personagens.

Falando em personagens, Patrezzi e Alexandre são um pouco arquetípicos, mas são bem escritos e tem uma dinâmica divertida de se acompanhar. Também gostei muito do personagem Cedregat, mas prefiro não dar muitos detalhes sobre ele ;)

Tenho uma opinião dividida sobre a ambientação: quando estamos mergulhados em algum cenário sobrenatural, ela funciona muito bem, com o mundo se tornando parte da narrativa. Porém, fora desses ambientes, tudo é um pouco genérico. Apesar da trama se passar em Curitiba, poderia ser qualquer outra cidade que não faria diferença. Felizmente, isso não chega a comprometer a diversão.

Com uma boa narrativa e um universo interessante, A Alcateia é uma boa pedida para quem quiser curtir um thriller sobrenatural.

Autor: Glauco J. S. Freitas
Páginas: 220
Lançamento: 2016
Editora: Independente

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