28 de nov. de 2016

[Tem na Netflix] Cloud Atlas - A Viagem


Eu costumo falar de séries nessa seção, mas dessa vez trago um filme que considero uma obra-prima subvalorizada: Cloud Atlas, que chegou aos nossos cinemas como A Viagem.

O longa é uma adaptação do livro de David Mitchell, lançado no Brasil esse ano com o título Atlas de Nuvens. O filme tem a assinatura das irmãs Wachowski e um elenco de primeira grandeza: Tom Hanks, Susan Sarandon, Hale Berry, Hugo Weaving e Hugh Grant, entres outros.

A história interliga seis tramas diferentes em épocas distintas: de uma fazenda escravagista no século 19 à saga de um homem santo num futuro pós-tecnológico, passando por um compositor, uma repórter e um editor nos anos 1930 e 1970 e no ano 2012, sem esquecer da jornada de uma clone no século 22.

E todas essas tramas são protagonizadas por reencarnações das mesmas pessoas. Aqui, é preciso ressaltar o trabalho primoroso para dar uma nova aparência para o elenco a cada nova trama, às vezes até mudando a etnia e o sexo de algum ator ou atriz. A direção é inspirada e consegue dar o tom certo para cada trama, principalmente se levarmos em conta que cada linha narrativa segue um gênero diferente: drama de época, romance, espionagem, ação, etc.

É uma pena que não tenha conseguido alcançar o retorno esperado. Pessoalmente, considero uma obra belíssima e emocionante! Vale a pena conferir.





21 de nov. de 2016

[Resenha] Deuses e Feras, de Fabio Brust

Num futuro distópico, um dispositivo é implantado no braço de cada pessoa no momento de seu nascimento. Quando mais velhos, esse dispositivo funciona como um celular: envia mensagens, faz ligações, tem acesso a vídeos e jogos, etc.

Essa tecnologia também mantem a população conectada em tempo integral à Teia, o governo que controla, literalmente, todos os passos dos habitantes de Dínamo. Através das telas implantadas nos braços, a Teia decide quem devem ser os amigos, inimigos e pares românticos de cada pessoa, além de determinar que atividades uma pessoa vai exercer.

É nesse cenário que se passa Deuses e Feras, título independente do autor Fabio Brust.

A trama acompanha a trajetória do jovem Harlan Montag, designado pela Teia para ser um ladrão. Sua vida vira de cabeça para baixo quando um de seu alvos é assassinado antes da hora pela intempestiva Kali Assange, o único par romântico listado no dispositivo de Harlan.

O ato desperta a ira da Teia, manifestada na forma de uma punição contra ambos. A partir daí, Harlan e Kali entram numa espiral frenética para desafiar uma organização que acompanha todos os seus movimentos. Cada nova tentativa de se libertarem parece apenas piorar a situação.

Deuses e Feras foi uma leitura que me surpreendeu. O ritmo de Fabio Brust é dinâmico e cheio de energia, te prendendo no livro. Mesmo tendo um tamanho considerável, foi uma leitura que terminei bem depressa.

Fica bem clara a intenção do autor em fazer uma critica à sociedade atual, cada vez mais conectada e com menos interações diretas entre as pessoas.

Um ponto que me chamou a atenção foi a abordagem e a construção da dinâmica entre Harlan e Kali. Ao invés de pintar o casal como heróis, o autor os mostra como anti-heróis que, apesar de estarem lutando contra um governo totalitarista, tomam várias atitudes questionáveis pelo caminho.

Deuses e Feras está disponível na Amazon e no Wattpad. Recomendado!

Autor: Fabio Brust
Páginas: 549
Ano: 2015
Editora: Independente

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