20 de set. de 2011

Lendo a nova DC

Eu já deixei aqui a minha opinião sobre o reboot da DC Comics. Parte da estratégia de relançamento da editora é a iniciativa New 52, ou seja cinquenta e duas revistas mensais lançadas a partir do número 1!

Bom, seria preciso muuuita disposição (sem falar no tempo livre) para ler todas as revistas, e convenhamos não são todos os títulos que valem tanto a pena. Mas quatro revistas me chamaram mais a atenção, e agora que tive a oportunidade de as ler, trago até você a minha opinião sobre o que eu considero o melhor do reboot da DC (ou não).

Liga da Justiça #1
É difícil fugir desse título, a Liga é o termometro do Universo DC. E, de fato a história mostra como será o relacionamento dos heróis entre si e com a população. Pena que o roteiro de Geoff Johns esteja muito fraco. Temos um capanga de Darkseid correndo pelas ruas, Batman e Lanterna Verde se desentendem, Super-Homem e Lanterna Verde se desentendem, dialógos com a profundidade de um pires. Os editores promoteram que a nova revista da Liga seria como um filme blockbuster, e sob esse ponto de vista, o objetivo foi cumprido: explosões, efeitos especiais, a versão mais exagerada da arte de Jim Lee. Se eu continuar a ler será apenas por curiosidade, mas estou com um pé atrás com essa revista.

Action Comics #1
Essa revista se passa alguns anos antes da Liga. Aqui Grant Morrisson volta aos primeiros dias do Super-Homem para reconstruir o mito do personagem. Usando uma roupa simples como "uniforme", ainda descobrindo todos os seus poderes e até se ferindo com mais frequência. Mesmo essa edição sendo focada na ação, o roteiro de Morrisson flui bem e de forma agradável, ele parece consciente de que os leitores conhecem bem esse personagem. Os desenhos de Rags Morales reforçam ainda mais o clima retrô. Bem que poderiam aproveitar para mudar a personalidade de Lois Lane, mas ela continua sendo a mesma chata pedante de sempre (paciência). É ums história de supers diferente do que nos acostumamos nos últimos tempos. Recomendado.

Batman & Robin #1
Revista passada 5 anos depois de Liga da Justiça. O que me atraiu nesse título foi a proposta do roteirista Peter J. Tomasi, em focar a trama no novo desafio de Batman: a paternidade. Para quem não sabe, o Robin atual, Damian é filho de Bruce Wayne. Então agora o Homem-Morcego não só deve treinar um parceiro, como ensinar seu filho a ser um verdadeiro herói, mas como o moleque foi criado por assassinos sua personalidade é dificil. Boa parte da edição é dedicada a mostrar, com ótimos diálogos, como será o relacionamento entre eles. A arte de Patrick Gleason também merece destaque. Recomendado.

Monstro do Pântano #1
Sempre tive muita curiosidade sobre esse personagem, que há muito anda longe dos holofotes. Mesmo sendo uma revista DC, tem um jeitão de independente. Essa edição é dedicada a mostrar o cenário e apresentar em detalhes o protagonista Alec Rolland. Mesmo com a aparição do Super-Homem, é uma revista de terror e não de super-heróis, por isso segue um ritmo diferente, mais lento e com um destaque maior para os personagens a para a tensão de cada sequência. O roteiro de Scott Snyder é consistente, porém não surpreende, enquanto a arte de Yanick Paquette combina bem com o estilo (tanto que ele dá umas escorregadas com o Azulão). Vale a pena dar uma conferida.

Essas foram as revistas que eu li até agora. Não tenho certeza se vou acompanhar outros títulos, eu aviso se encontrar mais alguma coisa boa. E é claro, se alguém aqui tiver lido essas ou outras das novas revistas da DC, sinta-se a vontade para deixar sua opinião.

10 de set. de 2011

Seleção final de Quando o Saci Encontra...

Bem que eu tentei, mas não deu pra mim, o meu conto ficou de fora da lista dos selecionados da antologia Quando o Saci Encontra os Mestres do Terror, da editora Estronho.

É bem possível que esse conto apareça por aqui em breve, mas até lá segue a lista dos escolhidos, e também dos autores convidados. Parabéns a eles.

Ana Cristina Rodrigues (Fragmento do Mss 135679 da Biblioteca Nacional do Brasil)
Felipe Santos (Devoradora)
Flávio de Souza (Noite sem lua)  
Chico Pascoal (Mr. Bierce e o duende dos Pampas)
Cristiano Rosa (A estrela das águas)
Cindy Dalfovo (Iara, meu amor)
Dana Guedes (Um causo dos que não se contam na floresta de concreto)
Eriwelton Alves Soares (Olhos tristes no cinza do asfalto), Florestano Boaventura (Tempat Bagi Orang Yg Terlantar)
Lemos Milani (Os pesares da noite)
Lucas Lourenço (Pacto hereditário)
Natália Couto Azevedo (Lírios, na beira da cachoeira)
Nikelen Witter (Embornal dos olhos)
Rogério Silvério de Farias (O horror em chamas)
Verônica Freitas (O homem sem mãos)
Walter Tierno (Cobrança da pisadeira)
Tânia Souza (Nem todo verão pertence ao sol).

7 de set. de 2011

Concurso literário do site A Irmandade

O site A Irmandade está promovendo o seu 2° Desafio Literário e a proposta é bastante interessante: escrever um conto a partir de uma entre três imagens. Abaixo segue o texto de apresentação. Para mais informações, acesse o site oficial do Desafio clicando aqui.

Senhores, o 2º Desafio Literário promovido por este site será parecido com o 1º, tendo em vista pequenas alterações no sentido de oferecer maiores opções à criatividade dos participantes. Portanto, o conto deverá conter no máximo 3.000 palavras e a construção narrativa deverá fazer referência direta ou indireta a uma das 3 imagens.

Os livros doados e os colaboradores deste segundo Desafio Literário são:

Anno Dracula – Editora Aleph
Imaginários 4 - Editora Draco
Sociedade das Sombras – Editora Estronho
Metamorfose – Fúria dos Lobisomens – Lino França Jr. (Membro Fundador)
Niger Noctem - Volume 1 – Sr. Arcano ( Membro Cadastrado no site )

3 de set. de 2011

Recomeçar do Zero

E a palavra da moda é... reboot! Não, não estou falando da divertida série animada dos anos 1990, e sim do reinício (mais um) do Universo DC.

Porém, esse novo reboot não segue a mesma linha de outras histórias que supostamente deveriam zerar os títulos da editora como Zero Hora, Crise Infinita e Crise Final. Sagas de qualidade duvidosa e, que na verdade quase não tiveram impacto sobre a continuidade das revistas.

Segundo Jim Lee e Dan Didio, a ideia agora é fazer uma reformulação profunda, aos moldes do que foi feito na megassaga Crise nas Infinitas Terras nos anos 1980. (clique aqui para ler mais sobre as declarações dos editores)

Na época, o reboot tinha um objetivo claro: enxugar a cronologia dos heróis que, então era uma verdadeira festa da uva, cada autor fazia o que bem entendia sem nenhum senso de continuidade ou coesão, bem diferente do que vinha sendo feito na Marvel.

Mas deixemos os anos 1980 de lado e voltemos à 2011 e o novo reboot. Quando li sobre os planos desse novo reinício minha primeira reação foi torcer o nariz (como acredito que fizeram a maioria dos leitores). Seria muito fácil chegar aqui e descer a lenha em tudo, no entanto eu prefiro pisar um pouco no freio e procurar entender melhor a situação.

É fato conhecido que ao longo dos anos DC e Marvel têm encontrado cada vez mais dificuldade em formar novos leitores e uma das razões desse problema é a longa e complexa cronologia dos heróis. Você que está lendo essa coluna, sabe dizer quantos Robins já existiram? Ou qual personagem famosa dos X-Men morreu em 2004 e nunca mais voltou? 

Não é fácil para um novo leitor descer de pará-quedas no meio do turbilhão de heróis que mudam de identidade, mortes e ressureições, vilões que se tornam heróis e depois voltam a ser vilões. Voltando ao momento em que os super-heróis surgiram, a DC passa o recado de que não é mais preciso conhecer de cor um sem fim de histórias do passado, os leitores podem começar a acompanhar as revistas a partir de agora sem perder nada, e ainda ver a construção de uma nova mitologia chegando ao ponto do editorial da revista Justice League #1 trazer a frase: "Essa não é a Liga da Justiça que o seu pai lia." (ah, sim! As respostas das perguntas acima são 5 e Jean Grey).

Outra inicativa para atrair novos leitores será focar mais em histórias fechadas, assim qualquer pessoa poderia ler qualquer edição sem ficar perdido.

Mais um ponto é a questão da inclusão das linhas Wildstorm (que inclui os Wildcats), Vertigo (Sandman, Constantine, Monstro do Pantâno entre outros) e até do personagem Super-Choque ao Universo DC tradicional sem parecer que foram costurados depois. Como tudo isso vai se acertar junto, só o tempo dirá.

Mas é claro que as coisas estão longe de serem perfeitas. Nem todas as revistas estão ambientadas no "tempo presente", as continuidades de Batman, Lanterna Verde e Aquaman não foram tão afetadas quanto o Super-Homem, e a Mulher-Maravilha é uma incógnita, uma vez que a heróina já vinha passando por um reconstrução em sua revista. Parece que faltou planejamento, não dá pra negar.

Também não me agradou a volta de Barbara Gordon como Batgirl, eu vinha gostando da fase atual da personagem com Stephanie Brown (ex-Salteadora) por baixo da máscara, além disso quem ficará no papel de Oráculo, o "auxílio 24 horas para super-heróis"?

E não tem jeito. é impossível evitar aquela sensação que ao simplesmete zerar os crônometros, os editores fizeram a opção de varrer a sujeira para debaixo do tapete, e não de realmente limpar a sala, acertando tudo com seus títulos regulares.

[Atualização] Eu não queria esticar ainda mais esse post, mas acabei deixando de fora uma consideração importante: como ficam os fãs das antigas? Esses têm se queixado muito de falta de respeito da editora, e não os culpo por pensar assim, de certa forma faltou mesmo essa consideração, porém me parece que objetivo era mesma focar em leitores mais jovens. Como já comentei ali embaixo e no Orkut, o público adulto consome pouco, no máximo lemos alguma minissérie ou graphic novel. Quanto aos títulos regulares, raramente o público adulto os acompanha, e isso se torna um grande problema para a editora que precisa de um público consumista que gere lucros. De mais a mais, eu não acredito que a maioria dos fãs antigos  ira abandonar os personagens, eu penso que esse público vai continuar na mesma situação: acompanhando de longe, e comprando algo de vez em quando. [fim da atualização]

Enfim, gostando ou não do reboot da DC não dá pra negar a coragem da editora de mexer dessa forma com algo tão enraizado na cultura pop. Colocando tudo na balança, eu acredito que essa pode sim ser considerada uma iniciativa justificável.

O site Universo HQ fez uma matéria bem detalhada sobre como as coisas vão ficar que você acessa clicando aqui.

Para o bem e/ou para o mal, as mudanças estão ai, e espero que saiam boas histórias dessa salada. E afinal, boas histórias não são o que realmente importa?