Em Tsara, somos apresentados à Mariana, uma bem-sucedida empresária do ramo de turismo. Ela também é filha de uma mãe cigana, embora tenho tido um contato mínimo com sua herança cultural. Sua vida muda quando ela se vê transportada de forma inexplicável para um acampamento cigano onde é tratada por outro nome.
A partir daí, Mariana passa a sentir cada vez mais dividida entre duas realidades. Em uma delas precisa lidar com sérios problemas legais que podem destruir sua carreira. Na outra realidade, tem de lidar com as complexas tradições ciganas e com um passado turbulento que ela precisa conhecer.
Tsara é uma leitura que nos leva a um mergulho profundo na cultura cigana. Fica evidente que a autora realizou uma pesquisa detalhada sobre cada aspecto desse povo: tradições, crenças, lendas… mas também (e acho essa parte até mais interessante) hierarquia social, hábitos comuns e outros elementos do cotidiano cigano.
Muitos desses elementos remetem a um povo alegre e bastante espitualizado. Por outro lado, também existem costumes que soam ultrapassados e desinformados, até mesmo injustos. Vale destacar que o livro não maqueia nada, tratando os aspectos mais positivos e os mais negativos da sociedade cigana com a mesma honestidade.
Embora seja estimulante aprender sobre outras culturas, a autora pesa a mão nas explicações em alguns momentos, deixando um ou outro capítulo um tanto didáticos demais. Mariana é uma personagem que não despertava minha simpatia no começo. Ela parecia muito passiva para uma protagonista. Conforme a leitura avança, ela a passa a ser mais pró-ativa e mais interessante.
Tsara é uma boa leitura que, além de entretenimento, também traz bastante valor cultural.
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